O desmantelamento, “com a ajuda da polícia”, ocorreu em cumprimento “da decisão do tribunal judicial de Dunquerque que ordenou a expulsão dos ocupantes”, disse a câmara municipal da cidade, citada pela agência noticiosa francesa AFP, confirmando uma informação do jornal local, La Voix du Nord.
Segundo essa fonte local, 118 pessoas foram “levadas para um abrigo”.
“A totalidade das pessoas foi retirada, ou seja, mais de 1.000 pessoas”, e a maioria delas “ainda está em Grande-Synthe, num antigo campo” a cerca de 300 metros dali, disse Marie Chapelle, coordenadora da associação de ajuda aos migrantes Utopia 56.
Segundo a responsável, o terreno onde estavam instalados aqueles migrantes vai ser “lavrado, para evitar que eles se reinstalem”.
“É escandaloso, é perseguição. É tentarem livrar-se das pessoas sem propor soluções adaptadas”, insurgiu-se Marie Chapelle.
“Não se consegue entender. Porquê pegar em tudo e colocá-los ali ao lado? O que é que isso resolve? Houve uma altura em que, pelo menos, disseram que meteriam toda a gente em abrigos, mas não há lugares suficientes”, lamentou Claire Millot, da associação Salam.
Num comunicado datado de segunda-feira em que criticava o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, por ter “escondido” os campos de migrantes de Grande-Synthe quando visitou o litoral, no sábado, o presidente da câmara da cidade, Martial Beyaert, instou à abertura de centros de acolhimento no litoral do país.
“Esses locais de refúgio necessários quando se aproxima o inverno permitiriam, em primeiro lugar, aos exilados viver em condições dignas, mas também escapar às garras dos traficantes” de pessoas, defendeu o autarca, pedindo também ao Estado francês para “cumprir o compromisso assumido” quanto à “distribuição de refeições”.
ANC // EL