É um mercado que está ao rubro: agora é a Google que quer aproveitar para apanhar o seu quinhão no segmento explorado por empresas como a Uber e a Cabify. Noah Bardin, diretor da Waze – a app de trânsito da Google – disse, em entrevista ao Wall Street Journal, que o objetivo é explorar o serviço em cidades americanas e seguir para a América Latina, nos próximos meses. A companhia já testou o serviço na cidade de São Francisco – e a experiência superou todas as expetativas.
Segundo a publicação, a Waze demorou algum tempo a entrar neste mercado por dois motivos: a empresa vê agora uma nova oportunidade para lucrar com os já milhões de utilizadores diários da sua app que dá informações de trânsito. E neste momento é muito mais fácil lançar o serviço, depois de outras companhias terem aberto caminho – contando que as pessoas estão mais disponíveis a dividir o carro com desconhecidos.
Há, no entanto, uma diferença entre a forma como a Uber opera e a proposta da Waze: em vez de se tornar uma espécie de app de transporte on demand, com algumas pessoas que se dedicam exclusivamente a dirigir, fazendo disso profissão, a ideia da Waze é que os utilizadores do seu sistema de navegação transportem outros que estejam no caminho, ganhando dinheiro com isso.
“Esse é o grande desafio”, acredita Bardin, “saber o Waze vai conseguir persuadir uma pessoa comum a caminho do trabalho a apanhar outra e deixá-la no destino combinado”. A ajudar, acrescenta o responsável da app, deverá estar o preço: nas viagens experimentais em São Francisco uma viagem custou pouco mais do que um bilhete de metro, no mesmo percurso, e menos de metade do que se fosse na Uber. Neste período inicial, a Waze não tenciona cobrar taxa ao motorista de ocasião. Mas Bardin reconhecer que, se o serviço tiver sucesso, irá começar a cobrar 15 % por cada passageiro. A Uber retém 25 % do preço de cada viagem.
A ideia não será completamente nova: recentemente, e apenas a título experimental durante a Web Summit que decorreu em Lisboa, a Uber lançou um serviço semelhante, permitindo partilhar viagem e custos através da plataforma.