Em maio do ano passado, a VISÃO falou com Gonçalo Jordão, que fez parte da equipa do Grande Hotel Budapeste, gravado nos míticos estúdios Babelsberg, na Alemanha.
A forte inclinação para a arte, em especial a pintura, levou-o a estudar Artes Decorativas, na Fundação Ricardo Espírito Santo. Fundou a empresa AfterWall e, aos 41 anos, o trabalho leva-o a percorrer o País e o mundo. Mas é no ‘seu’ Alentejo, juntamente com a mulher, os quatro cães, a mula e o cavalo, que se sente verdadeiramente em casa.
Seguem-se as suas palavras sobre a participação do filme que ganhou quatro Oscars, conforme o depoimento recolhido na altura:
“No filme, trabalhei sobretudo no lobby do hotel, que atravessa um período que vai dos anos 30 aos 60 do século passado. O ritmo foi muito intenso e sob grande stress. O Wes Anderson [realizador] tem uma extrema atenção ao detalhe e sabia de antemão o local exato em que iriam ser feitos close ups. Nas filmagens, o ambiente é muito informal, e as estrelas, como o Jude Law ou o Ralph Fiennes, circulavam por ali, normalmente. Para os atores é um trabalho muito duro, chato até. Estão a filmar durante muitas horas. Mas quando se olha para eles, nota-se que são diferentes, têm cara de cinema, ‘feita’ para a tela”.
(Depoimento recolhido por Sara Sá para a VISÃO nº 1107 de 22 de maio de 2014)