Já deve ter reparado que o teclado do seu computador começa, na primeira linha, com as letras QWERTY. Tal acontece com a esmagadora maioria dos computadores e smartphones para o alfabeto latino em todo o mundo. A disposição das teclas desta forma acontece há precisamente 150 anos, quando foi patenteada pelo norte-americano Christopher Sholes e vendida depois à Remington 5 anos mais tarde. Esta arrumação em quatro filas foi feita a pensar nos telégrafos e na transcrição dos códigos Morse para o inglês, de forma a facilitar os procedimentos de escrita.
Reza a lenda que Sholes tentou atrasar a velocidade da escrita e assim evitar que as pernas das teclas se engachassem umas nas outras, coisa que acontecia muito anteriormente. O formato adoptado desde 1878 organiza as teclas separando os pares de letras mais usados (na língua inglesa, é certo) para diminuir os “emperramentos” nas máquinas de escrever mecânicas. Outros padrões foram propostos, sem que alcançassem a mesma popularidade.
No entanto, é bem provável que os seus pais se recordem de outro teclado diferente. As máquinas de escrever mais utilizadas no passado em Portugal, antes de chegarem os computadores, adoptavam os teclados AZERTY, usados em França, na Bélgica e nalguns países europeus até aos anos 90. As diferenças para o teclado mais comum são pequenas: o A e o Q trocavam entre si, tal como o Z e o W, o M estava noutra posição e os números só eram acessíveis através do shift ou caps lock.

Outros snacks sobre máquinas de escrever
- A máquina de escrever foi, provavelmente, dos primeiros objectos de empoderamento feminino. Permitiu aumentar o número de mulheres empregadas especializadas em dactilografia.
- Há quem diga que o verdadeiro inventor da máquina de escrever foi, em 1861, o padre brasileiro Francisco João Azevedo, cuja ideia muitos brasileiros defendem que foi depois copiada e levada para os Estados Unidos. Esta alegação não tem comprovação histórica – Sholes é comummente considerado o pai da máquina de escrever.