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O Fantasma do Universo é a mais recente sessão do Planetário do Porto
Pela forma das cadeiras, imaginamos estar no interior de uma qualquer nave espacial. A luz da sala do Planetário do Porto apaga-se e só temos tempo de inclinar as costas para trás. Após uns breves segundos, acompanhamos a viagem dos protões (partículas subatómicas) pelo túnel circular, com 27 quilómetros de circunferência, no Grande Colisor de Hadrões do CERN – o maior laboratório de física de partículas, com sede na Suíça, que investiga o universo. Logo depois, descemos, a uma velocidade vertiginosa, até uma antiga mina de ouro abandonada para uma experiência subterrânea. A falta de referências físicas, uma constante durante a exibição de O Fantasma do Universo: A Procura da Matéria Escura, faz-nos voar, sem tirar o pé do chão. O filme, imersivo, inaugura as novas sessões do Planetário do Porto – durante a semana para escolas, ao fim de semana, para famílias.
Três anos depois da última estreia, procura-se agora o lado negro do universo. Mas afinal há fantasmas? E o que é isso da Matéria Escura? Para já sabe-se apenas que é algo que não podemos ver, sentir ou tocar, mas existe. Não emite, nem reflete luz, embora esteja em todo o lado. Continua a ser algo misterioso e invisível, mesmo para os astrónomos. “A matéria escura é conhecida, mas continua a ser um mistério”, revela Daniel Folha, diretor do Planetário do Porto – Centro de Ciência Viva da Universidade do Porto. Ou seja, há indícios da sua presença, apesar de os nossos sentidos não a conseguem identificar.
É caso para começar a acreditar que, por entre os planetas, as galáxias, o sol e a lua, existe um lado obscuro que, apesar de invisível, é tão real como qualquer um de nós. Daí ouvir-se durante a projeção que “a maior parte da matéria existe sob uma forma extraordinária e invisível”, sem a qual “não haveria plantas, planetas, estrelas ou vida”.
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Embora invisível, a Matéria Escura representa cerca de 85% da massa total do universo
Realizado por João Pequenão, do CERN Media Lab, na Suíça, o filme explora a história, o conhecimento atual e algumas das experiências em curso com vista a identificar que esquiva forma de matéria é essa, que soma quase 85% de toda a massa do universo. “Não se pode falar do nosso mundo, sem referir a Matéria Escura”, reforça Daniel Folha.
Os primeiros indícios observados pelo astrónomo Fritz Zwicky, a confirmação, realizada pela Prémio Nobel Vera Rubin, numa observação da velocidade orbital das estrelas na galáxia de Andrómeda, os estudos recentes do céu noturno e a entrada no detetor de matéria escura mais sensível existente na Terra, alojado numa antiga mina de ouro, nos Estados Unidos. Eis algumas das perspetivas abordadas no filme.
Produzido por um consórcio que inclui, por exemplo, o CERN, o Lawrence Berkeley National Laboratory (Estados Unidos) e o Instituto de Física Corpuscular (Espanha), o filme O Fantasma do Universo: A procura da Matéria Escura tem, na versão original, a atriz Tilda Swinton como narradora, sendo os efeitos sonoros produzidos pela Skywalker Sound, o mesmo estúdio que faz o som dos sabres de luz da saga Star Wars. O guião e a produção é assinada por Carey Ann Strelecki, uma das principais consultoras do documentário Uma Verdade Inconveniente. A versão portuguesa é do Planetário do Porto e do Instituto de Astrofísica e Ciência do Espaço, sendo Eduardo Rêgo, a voz dos programas Vida Selvagem, que nos guia durante 25 minutos nesta emocionante experiência visual e envolvente.
Planetário do Porto > R. das Estrelas, Porto > T. 22 608 9800 > sáb e fer 16h30 > €3,50 a €5