A expectativa é grande quando, no fim de tarde desta terça, 13, o tenor alemão Christoph Prégardien entrar no palco negro da sala Suggia, acompanhado pelo Remix Ensemble, dirigido por Peter Rundel, para a interpretação de uma das obras mais aguardadas desta rentrée na Casa da Música (CdM), no Porto: a versão cénica de A Viagem de Inverno (Winterreise), de Schubert.
À sua espera, estará um cenário desenhado por Nuno Carinhas, diretor artístico do Teatro Nacional de S. João, a quem foi entregue a direção cénica de um dos ciclos de canções mais importantes da história da música, numa versão do maestro e compositor alemão Hans Zender (prestes a fazer 80 anos). Não é a primeira vez que o Remix Ensemble Casa da Música interpreta esta obra-prima do compositor austríaco – fê-lo no Festival em Obra Aberta durante a construção do edifício de Rem Koolhaas – mas esta é a primeira versão cénica feita em Portugal deste ciclo de 24 canções, visto como uma reflexão sobre o significado da vida, e que inaugura o ciclo Trangressões da CdM.
Nuno Carinhas imaginou “um espaço cénico simples, como se fosse a versão a carvão de um desenho tridimensional”, conta. Num palco, essencialmente negro, só a luz (a cargo de Nuno Meira) vai mudando, acompanhando “o dramatismo das canções”, descreve o diretor artístico. Na perspetiva do tenor Christoph Prégardien, o que acontece durante as 24 canções diz respeito a tudo o sucede nos dois, três dias seguintes a um jovem ter perdido a pessoa amada. “Penso que é uma história sobre como podemos lidar com as nossas emoções ao vivermos uma experiencia destas”, salienta o tenor. Com este cenário e esta versão cénica, Nuno Carinhas, gostava, confessa, “que não se perdesse essa espécie de tormento amoroso” da peça. Que comece a viagem.
A Viagem de Inverno > Casa da Música > Av. da Boavista, 604, Porto > T 22 012 0220 > 13 set, ter 19h30 > €15