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Freeheld baseia-se na história verídica de Larek Haster, uma agente da polícia de Nova Jersey
O filme tem como protagonista uma agente da polícia, mas está longe de ser um policial. Esta é uma das grandes originalidades e pontos de interesse de Freeheld – Amor e Justiça, um filme “de atrizes” que passou ao lado dos Oscars e agora chega às salas portuguesas. Toda a intriga de crime e suspense (sem grande mistério) passa em pano de fundo, enquanto o foco se centra na vida privada da detetive Larel Hester (Julianne Moore). Há assim, antes de mais, uma humanização da profissão de polícia, fora das descargas de adrenalina e dos clichés de género: em vez de espetaculares perseguições de automóveis, encontramos dilemas interiores; e, em vez de arriscadas detenções de barões do crime, deparamo-nos com uma luta contra a homofobia, por uma sociedade mais justa, com igualdade de direitos. E também, diga-se, uma grande história de amor.
Freeheld baseia-se na história verídica de Larek Haster, uma agente da polícia de Nova Jersey. De início ela esconde a sua orientação sexual na convicção de que tal lhe poderá dificultar a ascensão na carreira. Quando se apaixona e estabelece uma relação duradoura com Stacie Andree (Ellen Page), aos poucos vai assumindo a sua relação. Mas tal só se torna importante quando recebe a notícia que padece de um cancro em estado avançado. Passa então a disputar um batalha legal para que, em caso de morte, a pensão de viuvez seja entregue à sua companheira.
O filme acaba então por se transformar, na sua essência, num filme ativista, que mistura uma história de vida com um mais ou menos empolgante caso jurídico e político, que na prática serviu também para dinamizar a campanha pela legalização do casamento gay no estado de Nova Jersey. Trata-se, portanto, de um filme militante, que leva ao grande ecrã uma história emblemática da luta pelos direitos dos casais homossexuais. Um boa interpretação de Ellen Page, nos antípodas de Juno. E uma Julianne Moore ao seu melhor nível, num papel muitíssimo exigente, que ela interpreta com sensibilidade e contenção.
De Peter Sollett, com Julianne Moore, Ellen Page, Steve Carell e Michael Shannon > 103 min