Depois de, em 1984, David Lynch ter transformado em filme Dune, a obra de ficção científica de Frank Herbert (1920-1986) lançada em 1965, a história foi levada ao cinema em 2021 e 2024 por Denis Villeneuve. Um épico interplanetário em duas partes em que Timothée Chalamet dá vida ao jovem Paul Atreides, nascido numa sociedade feudal, onde várias casas nobres se digladiam para obter a especiaria melange. A preciosa substância, um alucinogénio que apenas existe no planeta Arrakis – também conhecido como Dune pela sua paisagem desértica habitada por gigantescos vermes –, é usada para prolongar a vida humana, confere maior vitalidade e consciência, e garante a quem a possuir poderes sobre-humanos.
Se esta era uma história difícil de adaptar ao cinema (o realizador Alejandro Jodorowsky tentou-o nos anos 1970 e a versão de Lynch, amada por muitos cinéfilos, é desprezada pelos puristas), Villeneuve teve o mérito de criar um modelo em termos de estética e narrativa que outros podem agora trabalhar, como escreve Noel Murray num artigo no New York Times. Talvez mais importante, continua, havia agora um grande público que nunca tinha lido os romances densos de Frank Herbert, mas que se interessava pela história e pelos personagens. Dune: Parte II, estreado em fevereiro passado, teve boas críticas e arrecadou, a nível mundial, 178,5 milhões de dólares.
Assim chegamos a Dune: Prophecy. A série da HBO é inspirada no livro Sisterhood of Dune (2012), escrito por Brian Herbert (filho de Frank Herbert) e Kevin J. Anderson. A ação passa-se dez mil anos antes dos filmes de Villeneuve, quando a ordem matriarcal secreta Bene Gesserit foi fundada pelas irmãs Harkonnen, Valya (Emily Watson) e Tula (Olivia Williams). Política, religião e poderes sobrenaturais, tudo serve para exercer influência junto das famílias nobres do Imperium e controlar o futuro da Humanidade. Terá a série o mesmo efeito dos filmes?
Dune: Prophecy > estreia 18 nov, seg > 6 episódios, um por semana à seg