Uma festa que é de todos para todos nós. É este o princípio da Noite Europeia dos Investigadores (NEI), que promove e aproxima a ciência das pessoas, sem complicar. Esta sexta, 30, entre as 18 e as 24 horas, Lisboa e Porto juntam-se a dezenas de cidades para celebrar a iniciativa da Comissão Europeia, lançada há mais de uma década. Este ano, a festa mantém-se informal e descontraída, tendo a “ciência no dia-a-dia” como mote de um programa que mostra a importância e o impacto da investigação na sociedade.
Na noite científica mais longa do ano desafiam-se miúdos e graúdos a meter as mãos em experiências ligadas à ciência, à tecnologia, à saúde e ao ambiente. “É sempre possível explicar uma coisa complicada de forma simples”, garante Fernando Santana, diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologia, instituição que este ano também se junta à festa.
Opções não faltam, complicado mesmo será escolher o que fazer, ver, experimentar e tocar. Sendo impossível estar em todos os lugares, comece por escolher onde vai fazer a festa. Se está em Lisboa, há experiências, jogos, visitas, conversas e muito mais ao longo do eixo do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Praça do Príncipe Real e Miradouro de São Pedro de Alcântara. E, já agora, aproveite-se para meter o nariz no “Aroma da Ciência”, onde se mostra como a ciência criou tecnologia capaz de identificar os odores de bactérias e alimentos; beber com os “Trick Glasses” (copos de vidros de formas estranhas, que dificultam o uso) sem derramar, e, como a curiosidade pode ser boa conselheira e os números bons amigos, deixe as crianças envolverem-se no “MiMa -Mãos na Matemática”. Sem bata e com um discurso adaptado ao interlocutor, “os investigadores demonstram a relevância social do que fazem e tentam despertar nos mais jovens vocação para estas áreas ”, explica o professor Fernando Santana.
No Pavilhão do Conhecimento, Parque das Nações, viaja-se no tempo, até ao ano 2030, onde se propõe uma análise à vida num mundo cada vez mais quente, com viagens ao espaço, chips e implantes neuronais que aumentam a capacidade do cérebro. Também poderá conversar com um cientista e fazer-lhe as perguntas que lhe apetecer – sobre a profissão, entenda-se! – ou assistir a experiências científicas que parecem magia.
Para acabar a noite, a proposta do Pavilhão é abanar o capacete ao som de uma banda de garagem, precisamente na garagem .
No Porto, por iniciativa do Museu de História Natural e da Ciência da cidade, abrem-se as portas da emblemática Casa Andresen, no Jardim Botânico, fora de horas. A NEI conta com a participação de mais três dezenas de cientistas e estudantes, para ajudar a comandar um drone, a entender os fenómenos mecânicos do andar e as suas implicações para a saúde, a reconhecer o impacto das neurociências no nosso comportamento. A entrada é livre, embora limitada à capacidade dos espaços.
E ainda…
Esta sexta, 30, a festa da ciência passa também por cidades como Aveiro num Dia Aberto, que inclui mostra de projetos de investigação, oficinas e um planetário portátil, na Fábrica – Centro de Ciência Viva, das 10 às 24 horas. Em Braga, no Museu D. Diogo de Sousa, as portas abrem às 16 horas com exercícios práticos nas áreas de, entre outras, nanotecnologia e biodiversidade, speed dating e o desafio de “ver o invisível” através de um georadar. Em Coimbra, a NEI vai dividir-se entre o Museu Machado de Castro, onde se sucedem as experiências interativas, entre as 18 e as 22 horas, e o Exploratório que dá acesso livre às exposições do centro de Ciência Viva, entre as 18 e as 23 horas, e à estreia do filme Nas Asas da Noite, de Jaime Ramos, às 21h30.