Lisboa
Mário João
Festival Lusco-Fusco, Polo Cultural Gaivotas
É à boleia dos meses de verão que se faz o Festival Lusco-Fusco, no Polo Cultural Gaivotas, inaugurado em janeiro deste ano na zona de Santos. No pátio com esplanada, ao lusco-fusco dos dias, pode assistir à projeção de filmes, concertos, performances, participar em conversas tardias ou ver pequenas exposições até setembro.
A contribuir para o programa estão os residentes deste centro de criação artística da Câmara Municipal de Lisboa. As quintas-feiras estão reservadas para o cinema, com a cafetaria Água no Bico a escolher os filmes, todos à volta da comida ou ao que a esta diz respeito. Começa com Soul Kitchen, de Fatih Akin, já esta quinta-feira, 4, às 21 e 30, e prossegue com Mondovino no dia 11, à mesma hora, filme de Jonathan Nossiter que nos fala das lutas entre gerações de famílias (e não só) no mundo do vinho. Para o dia 18 a escolha foi para O Cozinheiro, o ladrão, a sua mulher e o amante dela, de Peter Greenaway. Da restante programação do ciclo de cinema ao ar livre está encarregue a associação Os Filhos de Lumière, com sede logo na porta ao lado. Também às 21 e 30, na próxima quarta-feira, 10, passa o filme Pedro, O Louco, de Jean-Luc Godard, e no dia 24 exibe-se Os Chapéus de Chuva de Cherburgo, filme de 1964 de Jacques Demy, com Catherine Deneuve.
Às sextas-feiras, a partir das 19 horas, há sempre música: primeiro com o trompetista Ricardo Pinto e DJ Johnny (dia 5), depois com os Flamen4et para uma noite de Flamenco com baile (19 ago). E a associação Filho Único, dedicada à promoção musical e que também tem aqui residência, apresenta-se no sábado, 27, a partir das 19 horas, em formato DJ Set.
No mês de setembro, o pátio será ocupado com a exposição Ceci n’est pas un WC, uma coletiva de 13 artistas convidados, na qual participam Ana Rita António, Ana Teresa Antunes, André Avelãs, Carlos Bunga, Filipe Feijão, Francisco Vidal, Hugo Canoilas, João Martins, Patrícia João Reis, Pedro Barateiro, Ricardo Pimentel, Vanda Madureira e Vasco Costa.
Polo Cultural Gaivotas > R. das Gaivotas, 9, Lisboa > até 30 set, qua-sáb 19h-21h30 > grátis

Luis Barra
Noites de Verão, Museu do Chiado
Depois de se ter estreado em julho no Palácio Pombal, o ciclo de música Noites de Verão, produzido e programado pela Filho Único, ruma ao Jardim das Esculturas do Museu do Chiado. Sempre à sexta-feira, a partir das 19 e 30, por lá vão passar Norberto Lobo, nome obrigatório da música portuguesa contemporânea (dia 5); o saxofonista inglês Evan Parker, referência do jazz europeu (dia 12); e a russa Inga Copeland, agora a solo, depois de ter integrado o grupo Hype Williams com Dean Blunt (dia 19). Para fechar o mês, vem o veterano guitarrista britânico Mike Cooper (dia 26), de quem se diz (história verídica) ter preferido outras incursões pela música a aceitar o convite dos Rolling Stones para se juntar à banda (e assim Brian Jones ficou com o lugar).
Noites de Verão > Museu Nacional Arte Contemporânea do Chiado > R. Serpa Pinto, 4, Lisboa > 5, 12, 19, 26 ago, sex 19h30 > grátis

Luísa Ferreira
Luxinis, Terraço da discoteca Lux
Esta é palavra que consta apenas no dicionário de verão. Falamos dos Luxinis, os cocktails que resultam da parceria entre a gelataria Santini e a discoteca Lux, em Lisboa. A não falhar o calendário, eis que eles aí estão. Só só se servem no terraço, mas não faz mal, dizemos nós, porque a vista é bonita e a noite, lá em cima, também tem os seus encantos. Repetindo a receita de outros anos, não há cá chocolate, mas muita fruta. Morango ou maracujá regado com vodka, pepino com gin e laranja salgada com tequila (€12). Sabores que se misturam no liquidificador e se servem em taças de cocktail. E que cremosos são.
Lux Frágil > Av. Infante D. Henrique, Arm. A, Cais da Pedra a Santa Apolónia, Lisboa > T. 21 882 0890 > qui-sáb 23h-6h
CCB Sun Set, Centro Cultural de Belém
Não há cadeiras, dispostas em plateia, nem pufes para assistir ao ciclo de concertos de final de tarde que o Centro Cultural de Belém, em Lisboa, organiza, aos fins de semana, no Jardim das Oliveiras. E não há porque a ideia é mesmo sentar ou deitar na relva, encostar-se a uma oliveira a olhar o rio, enquanto se ouve a música. O programa, que dura o mês todo e tem entrada grátis, é bem variado, com o duo Carpideiras a apresentar-se já este sábado, 6, com músicas dos Beatles. No domingo, 7, Catarina Anacleto, no violoncelo, e Márcio Pinto, na marimba, prestam homenagem a Zeca Afonso. Andreia Nunes e os músicos Gonçalo Sousa e João Roque conduzem, no dia 13, uma viagem pelos blues, pela folk rock e música indie , enquanto, no dia 14, o músico Rodrigo Serrão se faz acompanhar por um chapman stick, instrumento musical eléctrico inventado nos anos 1970, bem particular por sinal. E se o concerto do duo Pianordeão marcado para 20 de agosto mistura tango e jazz, a música do João Barradas Trio, que se ouve no dia 21, é baseada no jazz mainstream. No último fim de semana de agosto vai estar o Opus 22, com repertório músical de Bach a Piazzolla (27 ago, sáb), enquanto o César Cardoso Quarteto (28 ago, dom), traz ao pequeno palco alguns standards do jazz.
CCB Sun Set > Jardim das Oliveiras > Centro Cultural de Belém > Pr. do Império, Lisboa > até 31 ago, sáb-dom 19h > grátis

Playocean
Ciclo Fronteiras, Casa da Achada
Segunda-feira é dia de cinema grátis na Casa da Achada – Centro Mário Dionísio, o centro cultural na Mouraria, em Lisboa, que guarda o espólio do poeta e pintor português. É assim desde 2011, mas de julho a setembro, as sessões ganham outro encanto, com os filmes a serem projetados ao ar livre, numa parede de um prédio vizinho. Este ano, o ciclo de cinema é dedicado ao tema Fronteiras, através de uma seleção de filmes de ficção e documentários de vários países, que nos falam da dificuldade de passar uma fronteira (e de lá ficar retido). Mas também das fronteiras na II Guerra Mundial, dos “muros” pelos quais passamos todos os dias quando atravessamos uma porta ou um bairro que não conhecemos, e da questão do racismo e da xenofobia tantas vezes presente. À maneira dos cineclubes, todas as sessões incluem uma apresentação, feita por um convidado, e espaço para uma conversa, sendo também distribuída uma “folha de sala”. Na próxima segunda-feira, 8, Youri Paiva, fotógrafo e colaborador da Casa da Achada, apresenta A Tragédia da Mina, de Georg Wilhelm Pabst. Segue-se o encenador Jorge Silva Melo que no dia 15 de agosto vai falar sobre Um, Dois, Três, sátira de Billy Wilder ao período da Guerra Fria. James Cagney é um executivo da Coca-Cola em Berlim Ocidental, cuja filha se apaixona por um comunista empenhado numa campanha contra a multinacional.
Para o dia 22 de agosto está programado o filme Ao Longo de Paris, de Claude Autant-Lara, comentado por Pedro Soares, da Casa da Achada, e na última segunda-feira de agosto (dia 29) passa Una Vita Violenta, de Paolo Heusch e Brunello Rondi, filme baseado no romance de Pier Paolo Pasolini, aqui apresentado por Peter Kammerer e Giuseppe Morandi.
Com o ciclo a estender-se até setembro, não vão faltar as mantas para os dias mais frios – e se chover, a projeção será feita dentro da Casa da Achada.
Ciclo Fronteiras > Casa da Achada > R. da Achada, 11, Lisboa > T. 21 887 7090 > até 30 set, seg 21h30 > grátis
Arquivo ZDB
Terraço da Galeria Zé dos Bois
Está como novo o terraço da Galeria Zé dos Bois (ZDB), no Bairro Alto, em Lisboa. Pintaram-se os muros e as conversadeiras, e a cobrir o topo do edifício há agora uma canópia em bambu, feita por mestres macaenses, especialistas na arte da construção com este tipo de material. O projeto resulta de um convite da ZDB ao estúdio de arquitetura Impromptu Projects, dos portugueses João Ó e Rita Machado, com sede em Macau.
Durante este mês, e também nos dias que dura setembro, é aproveitar o horário alargado de quarta-feira a sábado, entre as 18 horas e as 23 horas, e subir então ao terraço que estará a funcionar com serviço de bar.
Galeria Zé dos Bois > R. da Barroca, 59, Lisboa > T. 21 343 0205 > até 30 set, qua-sáb 18h-23h
Porto
Terraço The Yeatman, Vila Nova de Gaia
O terraço deste hotel vínico não é um terraço qualquer. Daqui se avista, para muitos, o lado mais bonito do Porto, com a Ribeira, a Ponte Luís I e o rio Douro a sobressaírem na paisagem, mas também os antigos armazéns de vinho do Porto em Vila Nova de Gaia. O melhor ainda é que podemos ir ao terraço do The Yeatman a qualquer hora do dia ou da noite, tomar um copo de vinho (a partir €5) – são mais de 80 referências selecionadas por Beatriz Machado, a diretora de vinhos do hotel – ou provar os petiscos do chefe de cozinha Ricardo Costa, com uma estrela Michelin. Para quem gosta de animação, aconselham-se as Sunset Wine Parties deste verão: a 25 de agosto e a 29 de setembro. As festas começam às 19 horas, com um buffet de pratos frios e quentes, queijos e enchidos, sushi, ostras, mariscos e até o tradicional porco no espeto (€65/pessoa) a fazer lembrar as festas de churrasco desta estação. À prova, estarão vinhos de 26 produtores nacionais (dos espumantes do vinho do Porto). Tudo isto, no terraço, desde o pôr do sol até à uma da manhã.
The Yeatman > R. do Choupelo, 345, Vila Nova de Gaia > T. 22 013 3100 > seg-dom aberto 24 horas

Alexandre Delmar
Verão na Casa, Casa da Música
É ao ar livre, debaixo da enorme escadaria desenhada pelo holandês Rem Koolhaas, que se fazem grande parte dos concertos de verão da Casa da Música. A esplanada do Café Casa da Música foi renovada e parece agora o lugar perfeito para ouvir música clássica, eletrónica, fado ou pop. Esta é a época em que “a Casa da Música sai para a rua”, como dizia há poucas semanas o diretor artístico António Jorge Pacheco. Este ano, e pela primeira vez, há um reforço na programação de agosto a pensar nos turistas e em quem passa as férias na cidade. No interior do Café, nasceu um novo bar de onde saem gins, cocktails e vinho a copo.
Casa da Música > Av. da Boavista, 604, Porto > T. 22 012 0220 > qui-sáb 21h30 > grátis

Festival Varandas, Miragaia
De nariz no ar, o público olhará atentamente para as típicas varandas de Miragaia, palcos improvisados deste festival de música, poesia e teatro, organizado pela PlateiaParalela em colaboração com a Porto Lazer. Em agosto, todas as noites de sexta-feira, às 22h, os espectadores poderão ouvir o cancioneiro galaico-português interpretado pelo trovador Rui David (dia 5), assistir a uma homenagem interativa a Gil Vicente (dia 12), viajar com o duo XaTa Poesia Teatral (dia 19) e dançar com a música dos Big Summer (dia 26). As crianças também terão direito a uma Varandinha, no dia 13 às 11h30, com o espetáculo O Globo – EcoShakespeare. Aproveitando a moda dos sunsets, as portadas do Varanda fecham com festa, a 26, das 19h às 21h, no bar Mirajazz, ao som da música country-pop-psychedelic do americano Brandon Taj Hanick. Uma oportunidade para conhecer por dentro a freguesia de Miragaia, sempre com o Douro à espreita.
Varanda ao Lg. Artur Arcos, Varanda do World of Discoveries, Arcos de Miragaia e Mirajazz, nas Escadas do Caminho Novo > 5-26 ago, sex 22h > grátis

Filipe Paiva
Dias com Energia / Porta Jazz ao Relento, Jardins do Palácio de Cristal
São duas as propostas nos centenários jardins do Palácio de Cristal, no Porto. Aos sábados de manhã, em redor da concha acústica, juntam-se dezenas de pessoas para praticar pilates, ioga e tai chi (às 9h, 10h e 11h), na iniciativa Dias com Energia, organizada pela Porto Lazer. Ali, debaixo das copas das árvores imponentes e no chão verde, os movimentos parecem fluir mais naturalmente (sempre que os dias de verão tragam mau tempo, procura-se refúgio no Pavilhão Rosa Mota). Nas noites de sábado do mês de agosto, já com o cenário repleto de sombras, o Porta-Jazz ao Relento dá-nos música a partir das 22 horas. Este sábado, 6, irá ouvir-se o trio comandado pelo pianista João Grilo, no dia 13 o quarteto do contrabaixista Francisco Teixeira, no dia 20 o trio do pianista Pedro Neves, e, a 27, o quinteto do vibrafonista Eduardo Cardinho. Jazz numa noite de verão… o que mais se pode desejar?
Palácio de Cristal > R. D. João IV, Porto > T. 21 346 9947 > Dias com Energia, jul-set, sáb 9h-11h; Porta Jazz ao Relento, ago, sáb 22h > grátis

Pedro Figueiredo
Há luz no Parque, Fundação de Serralves
Mesmo quem conhece bem o Parque de Serralves e os seus 18 hectares, descobrirá sempre alguma coisa. Odete Patrício, diretora geral da Fundação de Serralves, confessa que, só no ano passado, na primeira edição do projeto Há Luz no Parque, encontrou “recantos que nunca tinha reparado, situados junto ao largo romântico”. São as instalações de luz, colocadas aqui e ali, que lhe dão outra visibilidade à noite. O projeto nasceu, em 2015, a pretexto do Ano Internacional da Luz e correu tão bem que passou a fazer parte da agenda de verão. “Há plantas que são iluminadas e ficam diferentes. É como um parque encenado vestido com luz”, resume Odete Patrício. Este ano há novidades: visitas noturnas orientadas de quinta a sábado (21h30-23h) para quem melhor quiser entender a flora do Parque, concertos às sextas e sábados às 22h. Outra novidade são os workshops de fotografia noturna (25 ago), uma oportunidade para dar bom uso à máquina fotográfica.
Fundação de Serralves > R. D. João de Barros, 210 (entrada portão Av. Marechal Gomes da Costa), Porto > T. 22 610 6500 > até 28 ago, seg-dom 21h > €5 (até 12 anos grátis)

Bairro da Bouça
Lucília Monteiro