Para a associação ZERO, o Projeto da Lousitânea – Liga de Amigos da Serra da Lousã mudou o rumo de quatro aldeias e é a chave para manter a sua dinâmica, articulando-se com um ecomuseu e promovendo atividades tradicionais
1. Casa de Campo da Comareira, Góis
Se a intenção for desligar do mundo, tomando contacto com a natureza, a Comareira será um dos destinos indicados. A mais pequena aldeia do xisto, situada na serra da Lousã, a 12 quilómetros de Góis, pode ter apenas um habitante, mas possui um imenso vale verde que se avista do terraço da Casa de Campo da Comareira. Desde 2005 que esta antiga habitação da aldeia se transformou num projeto de turismo da natureza. Propriedade da autarquia de Góis e gerida pela Lousitânea – Liga de Amigos da Serra da Lousã, é uma espécie de refúgio dos tempos modernos. Só há pouco tempo e por insistência de alguns hóspedes (vá-se perceber…) ganhou uma televisão no quarto Toca da Raposa, o maior, mas continua sem wi-fi e não é fácil conseguir rede para aceder à internet. Os três quartos da casa – no segundo piso, com sala de estar, está o Toca da Raposa e no andar de baixo ficam o Ninho da Coruja e o Prado do Corço – incluem equipamentos de cozinha, o que não impede que, todas as manhãs, ali cheguem pequenos-almoços. Lá fora, são muitas as propostas no meio da natureza: percursos pedestres da Comareira às três outras aldeias do xisto do concelho de Góis (Aigra Nova, Aigra Velha e Pena), visita aos núcleos de interpretação ambiental dedicados às tradições locais, à fauna e flora da serra da Lousã, e, ainda, ao gado asinino (dois burros mirandeses, o Golias e o Gaitano estão disponíveis para passeios). Comareira > Góis > T. 235 778 644/ 96 984 7852 > €45 a €60

Destaca a associação ZERO: O Hotel Quinta da Serra tem a maior pontuação da certificação Chave Verde na Madeira. Esforço significativo de envolvimento de agricultores locais com produção em modo biológico
2. Hotel Quinta da Serra, Câmara de Lobos, Madeira
Fica no Jardim da Serra, o Fundão (à devida escala) da ilha da Madeira, por causa do cultivo da cereja, que ali abunda. E a Quinta da Serra, encarrapitada a 820 metros acima do mar, não é exceção. No final deste mês de maio começa a apanha da variedade Regional, a tempo da festa da freguesia, que todos os anos, em junho, celebra o delicioso fruto (este ano, está marcada para os dias 9, 10, e 11).
Mandada construir no século XIX pelo então cônsul britânico na Madeira, a Quinta da Serra foi convertida em hotel de cinco estrelas em 2014. Na casa-mãe fica a receção, a biblioteca, a sala de jogos, o bar e quatro suítes. E no edifício novo, os restantes quartos (44, mais quatro suítes) e o restaurante, que a própria quinta – certificada como produtor biológico de hortícolas, frutos, plantas aromáticas e medicinais –, fornece. Alface, couve, batata-doce, beterraba, cenoura, alcachofra e tupinambo (tubérculo conhecido também por girassol-batateiro). Cerejas, ameixas, peras, frutos vermelhos (framboesas, amoras, mirtilo, morango e goji) e 52 variedades de maçã que as visitas guiadas, organizadas pelo hotel, dão a conhecer. Logo em 2014, foi plantada uma vinha da casta Sercial (uma das quatro com que se faz o Vinho Madeira) e, se tudo correr como o esperado, já este ano a quinta irá produzir o seu primeiro vinho generoso biológico.
Para relaxar e renovar as energias é a piscina interior, jacúzi, sauna, sala de massagens com vários tratamentos e o ginásio, com vista para os jardins de inspiração romântica e árvores seculares a convidar a longos passeios. Estrada do Chote, 4, Jardim da Serra, Câmara de Lobos, Madeira > T. 291 640 120 > a partir de €100

A associação ZERO distingue o Areias do Seixo, em Torres Vedras, por ser uma unidade de charme com forte consciência ambiental e com um papel de intervenção e sensibilização junto da comunidade local, dos seus colaboradores e dos seus hóspedes
3. Areias do Seixo, Torres Vedras
Para chegar sem enganos a este paraíso escondido na Zona Oeste, a cerca de uma hora de Lisboa, sigam-se as indicações precisas que se encontram no site do Areias do Seixo. Disfarçado entre dunas e pinheiros, este pequeno hotel de charme, com 14 quartos, espanta-nos com a beleza da paisagem e com o mar da praia da Mexilhoeira (Santa Cruz) mesmo em frente e a uma curta caminhada de distância (tem acesso direto a 500 metros). É daqueles sítios onde se vai pelo hotel, porque mesmo em dias menos soalheiros a viagem vale a pena – há fogueiras ao ar livre, lareiras em todos os quartos e, frequentemente, faz-se a receção aos hóspedes com um convívio no círculo do fogo.
Os proprietários Gonçalo Alves e Marta Fonseca criaram o Areias do Seixo “como uma grande casa para acolher pessoas de todo o mundo”, dizem. A construção e a decoração envolveram a reciclagem de materiais e o recurso a artesãos locais. Aqui, as preocupações ambientais passam pela reciclagem, a criação de uma horta biológica, que fornece o restaurante e o bar do hotel, e um circuito de compostagem, entre outras ações. Ainda hoje, Gonçalo Alves, que é surfista, recolhe do mar e do areal resíduos como redes de pesca, com o objetivo de lhes dar nova vida. Será impossível não reparar no baloiço junto à receção ou nas camas construídas de pedaços de madeira e ainda nos troncos que decoram os chuveiros. São muitas as atividades que se podem fazer no Areias do Seixo – e que estão indicadas num quadro de ardósia, logo à entrada: da manhã na horta e do passeio nas dunas ao spa, à piscina e a todo um exterior para explorar. Pcta. do Atlântico, Mexilhoeira, Póvoa de Penafirme, A dos Cunhados > T. 261 936 340 > a partir de €265

Abandonada nos anos sessenta, a Aldeia da Cuada, na ilha açoreana das Flores, foi recuperada sabiamente, mantendo a traça rural das casas de pedra e adaptando-as às atuais necessidades, diz a associação ZERO
Luis Barra
4. Aldeia da Cuada, Flores, Açores
Casa do Luís, Casa de Esméria, Palheiro do Fagundes… Cada uma das dezassete habitações da Aldeia da Cuada, na ilha açoriana das Flores, tem o nome do seu último residente. A atenção para com a memória do local não se fica por aqui. Também se mantém a traça rural das casas de pedra desta aldeia, abandonada nos anos 60, que começou a ser recuperada há 25 anos – ainda o turismo rural não tinha o charme de hoje.
É difícil prestar atenção aos caminhos de pedra que rasgam a aldeia quando tudo à volta exige atenção. De um lado, contempla-se a natureza selvagem da ilha; do outro, absorve-se o azul do Atlântico. A apenas dois quilómetros da Fajã Grande, a freguesia mais ocidental da Europa, a Aldeia da Cuada proporciona uma estada despida de artifícios e onde o maior luxo é a experiência de autenticidade. A decoração campestre das casas (T1 a T6), com pitorescas janelas de guilhotina, transporta os visitantes para um tempo de horas mais lentas, sem distrações televisivas ou eletrónicas além de uma telefonia. A irregularidade do caminho até à sala do pequeno-almoço abre o apetite para a primeira refeição do dia, em que não faltam mel, geleias e compotas caseiras. E, se nas aldeias se vive ao ar livre, há bicicletas à disposição e pátios em cada casa para preguiçar e, claro, para sentir de perto a natureza. Lajes das Flores, Flores, Açores > T. 292 590 040 > de €90 (T1) a €275 (T6), de junho a setembro
A Aldeia da Fonte, na ilha do Pico, integra os Alojamentos Verdes dos Açores e tem o certificado Chave Verde, fazendo um esforço significativo na redução de consumos, considera a associação ZERO
Nuno Botelho
5. Aldeia da Fonte, Lajes do Pico, Açores
Composto por seis casas de pedra vulcânica, encavalitadas numa falésia com vista para o Atlântico, sensivelmente a meio da ilha do Pico, nos Açores, este é um hotel discreto, escondido entre exuberantes jardins e gigantescas árvores. Chamemos-lhe também luxuoso, não daqueles luxos mundanos, cheios de ostentação, mas daqueles que realmente interessam, como a paz e a tranquilidade, em plena comunhão com a natureza. Ao todo são 40 quartos, mas, lá está, parecem muito menos, até porque tudo aqui fica tão pequeno, quando comparado com a imensidão do oceano ou com a imponente montanha do Pico. Caminho de Baixo, Silveira, Lajes do Pico, Açores > T. 292 679 500 > duplos a partir de €70

Para a associação ZERO, este é um projeto-piloto de sustentabilidade. A Quinta da Fornalha, em Castro Marim, desenvolve uma série de atividades ligadas ao meio envolvente, utilizando os recursos disponíveis e respeitando os ecossistemas e tradições culturais
6. Quinta da Fornalha, Castro Marim
Dalila, a gata que nos dá as boas-vindas, foi a primeira a instalar-se. Depois dela, vieram mais uns 13 ou 14, e foi de tal maneira que, hoje, Margarida Domingos, a faz-tudo cá do sítio, nem sabe bem quantos são os felinos da Quinta da Fornalha. Estamos no concelho de Castro Marim, a quatro quilómetros da Praia Verde, e é possível, sim, dormir numa das seis casas da quinta, todas com cozinha equipada. E dar umas braçadas no tanque de rega convertido em piscina – há duas semanas, estava a ser pintado de azul-clarinho.
A Quinta da Fornalha é uma casa de campo, mas não só. É sobretudo um projeto de “sustentabilidade”, uma propriedade de 36 hectares, com figueiras (a produção vai direitinha para França), laranjeiras, oliveiras e alfarrobeiras, na família de Rosa Dias (a atual proprietária) há quatro gerações. Onde os hóspedes são convidados a servirem-se das couves da horta e dos ovos do galinheiro, antes de irem às compras. E onde são recebidos – por Margarida, justamente – com o cheiro do alecrim, tomilho, orégãos ou funcho. “Para nós é muito importante deixar no cliente uma memória sensitiva, um cheiro ou um sabor”, diz Margarida. A propósito de sabor, acrescente-se ainda que, na Taberna Remexida, se cozinham petiscos com produtos biológicos. Quinta da Fornalha, Castro Marim > T. 91 710 7147/91 988 9366/281 541 733 > €50 (T0, para duas a quatro pessoas, em época baixa) a €160 (T3, para quatro a oito pessoas) > restaurante Taberna Remexida serve a partir das 17 horas, mediante reserva
Com um conceito simples de usufruto da natureza e de ligação ao surf, o Eco-Hostel Tribo da Praia, em Peniche, foi construído com materiais reutilizados e dinamiza uma horta biológica diversificada para os hóspedes, destaca a associação ZERO
Jose Carlos Carvalho
7. Eco-Hostel Tribo da Praia, Peniche
Logo à entrada da freguesia de Ferrel, no concelho de Peniche, fica este hostel com uma forte ligação ao meio ambiente. Aqui, as camas e outras peças de mobiliário foram construídas com paletes de madeira, existe uma parede feita em garrafas de vidro e os lavatórios são alguidares de plástico. Todas estas ideias partiram do dono, e também de seus colaboradores e amigos, que, por vezes, apanhavam lixo na praia e, com um pouco de criatividade, lhe davam outros usos.
Os cinco quartos têm os nomes das praias da zona – Gigi, Prainha, Super Tubos, Pinhal e Papoa. O terraço interior e as duas cozinhas funcionam como espaços de convívio e ali os hóspedes podem encontrar frutas e legumes frescos que vêm da horta do hostel, a cinco minutos a pé. Sem televisão à vista, todos são convidados a surfar, fazer caminhadas ou mesmo a ajudar no trabalho da horta, entre outras atividades exteriores. Quem quiser chegar à praia do Baleal, demorará cerca de meia hora a andar, mas o hostel empresta bicicletas que facilitam o percurso. Lg. Nossa Senhora da Guia, 3, Ferrel > T. 96 849 8682 > a partir de €15 por pessoa

Primeiro eco-resort em Portugal, o ZMAR, perto da Zambujeira da Mar, desenvolveu um conceito original, único na sua localização e nas suas práticas ecológicas, nomeadamente em termos de construção, aponta a ZERO
8. ZMAR, Odemira
Situado em pleno coração da Costa Vicentina, bem perto da Zambujeira do Mar e a poucos quilómetros de algumas das mais belas praias da região, este projeto de ecoturismo consegue reunir não só o mar e o campo, mas também o conforto de um resort de luxo com a atitude despreocupada do campismo. A isto acrescenta-se uma forte preocupação ambiental, que se tornou numa das imagens de marca deste empreendimento, concebido de raiz com recurso a materiais renováveis como a pedra, a madeira (vinda de florestas certificadas) ou o plástico reciclado. Ao todo, são mais de 80 hectares de terreno, rodeados de campo a perder de vista e muitas surpresas para descobrir, como a piscina de ondas ou o percurso de arborismo – um dos maiores do País. Herdade A-de-Mateus, Longueira-Almograve, Odemira > T. 283 690 010 > a partir de €52,70

Segundo a associação ZERO, este é um projeto de excelência implantado sobre pre -existências, com notável inserção paisagística. A Casa das Penhas Douradas, em Manteigas, promove atividades de turismo de natureza, produção de burel e de produtos gourmet locais
9. Casa das Penhas Douradas, Manteigas
Na Casa das Penhas Douradas, a arquitetura (da autoria de Pedro Brígida) é bonita – e recupera o espírito dos hotéis de montanha. A paisagem envolvente (a da serra da Estrela) é linda de morrer – e há passeios pedestres, mais ou menos difíceis, consoante o estofo dos caminhantes. Os produtos e os menus do restaurante do hotel são feitos a partir dos produtos da região – e isso é que é o verdadeiro luxo gourmet. Por fim, o burel. Recuperou-se uma fábrica de lanifícios, reutilizou-se antiga maquinaria, reavivaram-se artes e ofícios em vias de desaparecer. Houve desenhos novos e, assim, o burel se transformou numa espécie de seda da montanha, pronta a ser exportada para todo o mundo.
Há tudo isto e, depois, há ainda o mais importante. No dia a dia, o projeto da Casa das Penhas Douradas vive do esforço dos seus empregados, resgatados, na sua maioria, ao desemprego da vila de Manteigas. E criar trabalho numa região assim, com décadas de notícias a anunciarem o fecho das fábricas de lanifícios, é o verdadeiramente relevante. O projeto já deu muitos frutos e, neste momento, João Tomás e Isabel Costa (os proprietários da Casa) estão a reconstruir a Pousada de São Lourenço, também situada na encosta de Manteigas, um pouco abaixo das Penhas Douradas. Penhas Douradas, Manteigas > T. 275 981 045/ 96 338 4026 > €125 a €160 (época alta €135 a €170)

A Casa Melo Alvim, em Viana do Castelo, é um solar urbano restaurado com fidelidade total ao estilo original, mostrando como é possível a reabilitação respeitando elevados padrões ambientais, incluindo o Rótulo Ecológico Europeu, nota a ZERO
Rui Duarte Silva
10. Casa Melo Alvim, Viana do Castelo
É difícil não recuarmos ao passado quando entramos no mais antigo solar senhorial de Viana do Castelo, construído em 1509 e a funcionar como hotel rural há mais de 20 anos. Apesar de todas as mordomias do século XXI, a combinar os estilos manuelino, barroco e romântico, o edifício conserva as janelas e namoradeiras nos corredores labirínticos, uma enorme escadaria em pedra à entrada, e mobiliário de época em alguns dos 20 quartos (nos D. Maria, D. João V e D. José). O primeiro hotel do País a receber a certificação ecológica (em 2006) é conhecido pelas suas preocupações ambientais, desde a reciclagem da água que cai na cascata do jardim, aos doseadores nas torneiras ou à preocupação pela reciclagem e pela eficiência energética conseguida através dos painéis fotovoltaicos.
Depois da gestão ter sido entregue, há um ano, à Unlock Boutique Hotels, a Casa Melo Alvim tem a filigrana como temática, com peças da designer Isabel Maciel a receberem os hóspedes no lobby. No verão passado, abriu o restaurante Porta 93, com uma cozinha de autor de reinterpretação minhota, a cargo da chefe Mariana Parra, servida na sala do piano. A provar que o clássico e o contemporâneo se podem unir (e bem). Av. Conde de Carreira, 28, Viana do Castelo > T. 258 808 200 > a partir de €89

Em Lisboa, o hotel Inspira Santa Marta promove ativamente a sustentabilidade em termos de alojamento, eventos e na relação com a comunidade, tendo um vasto conjunto de certificações na área social, ambiental e de qualidade, sublinha a associação ZERO
11. Inspira Santa Marta, Lisboa
Apesar de não ficar em plena Avenida da Liberdade, com as lojas das grandes marcas como vizinhas, a localização deste hotel de quatro estrelas é uma das melhores no centro da capital. Numa rua paralela mais pacata, mas a poucos minutos a pé do metro, o Inspira Santa Marta, do grupo luso de investimento imobiliário Investoc, promete conforto sustentável desde o momento do check-in.
Com a arquitetura e a decoração assentes nos princípios do feng-shui, os 89 quartos dividem-se pelos cinco elementos desta arte milenar chinesa. À chegada, a partir da data de nascimento, determinam o quarto a atribuir, consoante o número de elemento. Ao “nosso” Se7e coube um aposento Terra. Nos quartos dominam os objetos nacionais, com móveis Viriato, têxteis Sampedro e produtos de casa de banho A62 – Amenities.
Desde a sua abertura, em 2010, que o hotel promove uma série de iniciativas pensadas para uma estada cada vez mais sustentável. E se a água engarrafada, servida quer nos quartos quer na Open Brasserie, resulta de um sistema próprio de filtragem, no restaurante todos os ingredientes são biológicos, com receitas especiais para celíacos, certificadas pela própria associação. Recentemente, na cobertura foi criada uma horta de onde saem todas as aromáticas utilizadas para confecionar a comida. Mimos que sabem pela vida. R. de Santa Marta, 48, Lisboa > T. 21 044 0900 > €120 a €280 (pequeno-almoço por quarto €30)
Em Alcácer do Sal, o Cocoon Eco Design Lodges é um conceito premiado, que mostra como é possível conjugar uma arquitetura contemporânea com baixa densidade de ocupação e melhores práticas ambientais, elogia a associação ZERO
Mário João
12. Cocoon Eco Design Lodges, Alcácer do Sal
São 30 hectares de paz e tranquilidade. Na quinta dos Cocoon Eco Design Lodges, localizada na Herdade da Comporta, os únicos sons que se ouvem resumem-se ao chilrear dos pássaros e ao vento a soprar as folhas das árvores. Aqui, está-se num mundo à parte, onde o descanso é palavra de ordem.
Cada um dos 17 lodges, feitos de madeira e assentes em estacas, tem uma sala com vista panorâmica, um quarto, casa de banho e uma pequena cozinha. Em alguns, existe ainda um beliche para acomodar mais duas crianças. Colocados de forma a permitir a privacidade dos hóspedes, os lodges ficam em torno do lago biológico, de água doce, com pequenos decks e espreguiçadeiras. Um pouco mais afastada está a zona para as crianças brincarem, de forma a não perturbar quem prefere relaxar. Há também uma horta biológica e, segundo Nuno Veloso, responsável pelos Cocoon Eco Design Lodges, não são raras as vezes em que os hóspedes aproveitam as ervas aromáticas para condimentar o jantar. À disposição estão também bicicletas, para passeios pela zona. Herdade da Comporta, parcela 105, Comporta > T. 92 930 8371 > a partir dos €90/lodge

Destaca a ZERO: Com recurso a terras do próprio local, o Cantar do Grilo, em Serpa, foi construído em taipa seguindo os princípios e características de arquitetura do Baixo Alentejo de elevada eficiência energética
13. Cantar do Grilo, Serpa
O nome só se refere ao cricrilar, mas neste turismo rural alentejano acorda-se com o chilrear dos pássaros e um pequeno-almoço recheado de coisas boas: o muesli caseiro preparado pela proprietária, pão alentejano e outros produtos regionais, como o queijo de cabra. A cerca de 15 quilómetros de Serpa, o Cantar do Grilo é um projeto do casal suíço Sonja Federspiel e Felix Ott, que aqui se fixaram quando decidiram mudar de vida e abrir um turismo rural. “Criámos uma casa especial, respeitando as origens da terra e a tradição da construção em taipa”, explicam. O resultado ficou à vista em junho de 2008, quando a casa abriu portas aos hóspedes: um edifício, de linhas simples e paredes grossas caiadas de branco, perfeitamente integrado na paisagem alentejana. Tem quatro quartos – Abelha, Libelinha, Borboleta e Joaninha –, todos com um agradável terraço e acesso ao exterior. “É um sítio para recuperar energias com uma vista espetacular”, diz Sonja, alertando que ali não se recebem crianças. Os dias passam devagar, entre leituras, banhos de sol, mergulhos na piscina de água salgada ou uma partida de boule, uma espécie de jogo da petanca. Para os mais ativos sugere-se uma caminhada pela região, sob a orientação de Felix Ott. Vale de Milhanos, Correia da Mó, Serpa > T. 284 595 415/ 96 205 1066 > a partir de €90
Com múltiplas certificações, nomeadamente o Rótulo Ecológico Europeu, o Hotel Jardim Atlântico, na Madeira, desenvolveu um extenso trabalho ao longo dos anos na área do ambiente, sublinha a associação ZERO
14. Hotel Jardim Atlântico, Calheta, Madeira
Aninhado na encosta, sobranceira às pequenas vilas piscatórias de Paul do Mar e Jardim do Mar, na zona da Calheta, o Hotel Jardim Atlântico soube tirar partido da paisagem onde está integrado: dois blocos de apartamentos (estúdio, T1 e T2) e um conjunto de bungalows que se estendem em socalco, todos equipados com cozinha e terraço, com vista para o mar.
A decoração segue os princípios do Feng Shui – cores harmoniosas, mobiliário reduzido ao essencial e em materiais naturais – e, à chegada, cada hóspede vai encontrar, no seu quarto, uma lista de boas práticas. Separar o lixo, tomar duches rápidos, controlar as descargas da sanita, usar as escadas em vez do elevador ou desligar a televisão no botão são algumas das recomendações do hotel de quatro estrelas, aberto há 14 anos.
No centro de bem-estar e beleza cuida-se do corpo (e da alma, já agora). Além da lista de tratamentos – banho de algas, massagem relaxante com pedras quentes, yoga ou meditação, por exemplo –, há uma atividade assente na reflexologia, que promete inúmeros benefícios (grátis para os hóspedes e aberto aos visitantes do hotel que costumam chegar pelo restaurante especializado em comida vegetariana). Chama-se O Caminho dos Pés Descalços, este percurso de 800 metros em que se convida a caminhar sobre 17 elementos naturais do arquipélago da Madeira, como as pinhas, a baga de eucalipto, a folha de louro, os calhaus ou a areia dourada do Porto Santo. Lombo da Rocha – Prazeres, Calheta, Madeira > T. 291 820 220 > a partir de €117

Segundo a associação ZERO, a sustentabilidade faz parte da identidade do Neya Lisboa Hotel e reflete-se nos materiais utilizados na sua operação diária, contabilizando e reduzindo sucessivamente a sua pegada ecológica