
O Rei da China e a Casa dos Prazeres, do chefe José Avillez, ficam no Chiado, mesmo em frente ao Bairro do Avillez
D.R.
1. Rei da China / Casa dos Prazeres: Duas ementas inspiradas na cozinha luso-asiática, à prova no Chiado
Da parceria entre José Avillez e o argentino Estanislao Carenzo, conhecedor da cozinha asiática, resultaram dois novos restaurantes. O Rei da China funciona como bar/tasca de sopas, onde se destacam os ramens e as phos, com ambiente descontraído e pensado para refeições rápidas. Já a Casa dos Prazeres divide-se entre o bar, a lembrar um clube dos anos 40, em Xangai, com uma carta de cocktails que mistura o clássico e o moderno, e um restaurante. O menu aproveita maioritariamente os produtos portugueses, trabalhados segundo a técnica asiática, sugerindo pratos mais elaborados, como o shui jiao ibérico de massa de trigo recheada com porco preto e camarão, com molho negro, azeite de malagueta e presunto ibérico (€7,20), nas entradas, e o caril de bochecha de vaca estufada em leite de coco e pasta de caril vermelho (€16,20), ideal para partilhar. R. Nova da Trindade, 13, Lisboa > Rei da China: seg-dom 12h-24h > Casa dos Prazeres: ter-sáb 19h-24h (restaurante), 19h-2h (bar)

O Rossio Gastrobar, no topo do hotel Altis Avenida
2. Rossio Gastrobar: Ementa descontraída e de partilha, servida com cocktails, música e uma vista de cortar a respiração
Eleito um dos The 10 Best New Rooftop Bar for Summer 2019 pela revista Forbes, o novíssimo Rossio Gastrobar é uma das moradas obrigatórias para os próximos meses. Evitar clichés e adjetivos é tarefa difícil – já o escrevemos uma vez e voltamos a repetir –, quando subimos ao sétimo andar do hotel Altis Avenida e nos deparamos com uma paisagem que revela o Castelo de São Jorge, o rio Tejo, o Elevador de Santa Justa, a zona da Graça e o casario pombalino. Da ementa, desenhada pelos chefes João Rodrigues (à frente do Feitoria, no Altis Belém Hotel & Spa) e João Correia (que assume a liderança da cozinha do Altis Avenida), há que começar pelos croquetes de rabo de boi e molho de mostarda caseira (€7, 4 unidades) e pelas falsas cerejas de foie gras e brioche tostado. Na categoria dos Bowls, destaca-se o tártaro de arouquesa e caviar (€20, €12 sem caviar), e, na do Pão, o katsu sando de porco alentejano e pickle de cebola (€12). Já na de Conforto, a maior secção da ementa, os espargos brancos grelhados, queijo de vaca curado e molho holandês (€11) e as lulas, shitakes e molho de manteiga cítrico (€18) são irresistíveis. Para terminar, o morango, iogurte e merengue (€6) ou o chocolate, avelã e fava tonka (€6), duas tentações em forma de trilogia. Tudo pensado para partilhar, acompanhado por um cocktail (são dez, na lista), vinho ou cerveja artesanal, e música de DJ, de quinta a sábado. Altis Avenida > R. 1º Dezembro, 120, Lisboa > T. 21 044 0017 > seg-dom 12h30-1h
3. Arkhe: Cozinha vegetariana aliada aos produtos sazonais
Quando João Ricardo Alves chegou a Lisboa, em novembro de 2017, foi desafiado a fazer um jantar, inspirado na alimentação plant-based (derivada de plantas, incluindo legumes, cereais e fruta), n’A Sociedade, oficina criativa no Príncipe Real. O sucesso foi tal que marcaram-se mais 11 jantares, todos esgotados. Por isso decidiu abrir o Arkhe, que aposta numa ementa à base de vegetais, feita com ingredientes da estação. “Pode soar a cliché, mas quero usar apenas os produtos sazonais, portugueses e biológicos, sempre que possível”, afirma. Para abrir o apetite, aqui ficam duas sugestões: panissa (€7), um género de polenta preparada à base de farinha de grão-de-bico e servida com maionese de miso e gengibre (€7) e o gnocchi com batata e alho negro, espargos verdes e crocante de parmesão (€16). R. Boqueirão Duro, 46, Lisboa > T. 21 139 5258 > ter-sáb 19h-23
No Meat Me, no Chiado, a carne é servida com um bilhete de identidade, que indica a proveniência de cada peça, quem é o produtor, o processo de criação e o tempo de maturação
D.R.
4. Meat Me: Um regalo para os carnívoros
Enquanto se espera por mesa, há que sentar no bar a beber um cocktail e a dar dois dedos de conversa com o experiente head bartender Vasco Martins. Esta é uma boa forma de iniciar o banquete que se segue no restaurante Meat Me, paredes-meias com o Teatro São Luiz, no Chiado, e assim ficar a saber mais sobre a coquetelaria dos anos 20 aos anos 60. Na ementa, desenhada por Tomás Pires, discípulo do chefe francês Aimé Barroyer, há vários tipos de carne (e de cortes), como a wagyu, de animais criados em pastos ao ar livre, e porco preto, alimentado a bolota no Baixo Alentejo. Está dividida por animais: de vaca, há lombo (250g/€27), chuleton El Capricho (€95/kg), vazia com osso (€195/kg); de porco, destaca-se a barriga de leitão à bairrada (€17) e o tomahawk de porco preto (€35); e de boi, o chuleton (€180/kg), carnes essas que são depois grelhadas no Josper. Falta ainda mencionar o nome de José Gordon, proprietário da bodega El Capricho, perto de León, em Espanha, considerado o produtor da melhor carne do mundo pela revista Time, e que abastece o Meat Me. Todos os dias são bons para almoçar ou jantar neste restaurante, mas fica a dica: às quintas, os clientes têm a oportunidade de provar vinhos únicos e exclusivos a copo. Em contagem decrescente está a abertura da esplanada, marcada para meados de junho. R. Duques de Bragança, 9, Lisboa > T. 21 347 1356 > seg-qui 12h30, 15h30, 19h-24h, sex 12h30-15h30, 19h-1h, sáb 12h30-1h, dom 12h30-24h
A ementa do Paco Bigotes , em São João do Estoril, é uma viagem por várias regiões do México
Marcos Borga
5. Paco Bigotes: Nesta taqueria mexicana, parece que estamos em Acapulco
Sem reserva, vale a pena esperar para poder provar ceviches, tostadas, tacos, margaritas, tequila ou mezcal. É um rol de coisas boas trazidas do México para Portugal por Natasia Ocejo que, em 2018, se mudou para a Linha de Cascais e, com o marido, Tiago Marques, e mais dois sócios, abriu, em fevereiro, a taqueria Paco Bigotes. A ementa é uma viagem por várias regiões do México: queijo fundido muito apreciado no Norte, ceviches da costa do Pacífico, tostadas como as do mercado de Coyoacán, cochinita pibil (carne de porco cozinhada muito lentamente em folha de bananeira) de Yucatan. Ninguém sai do Paco Bigotes sem provar os churros fritos na hora, servidos com dulce de leche. E quando na parede lemos “barriga cheia, coração feliz”, não podemos estar mais de acordo. R. Nunes dos Santos, Lote C, Anexo, S. Pedro do Estoril > T. 21 407 6708 > qua-dom 12h30-15h30, 19h30-23h, sex-sáb até 2h

No Tsukiji, do chefe Paulo Morais, há uma banca de peixe fresco. Ali, escolhe-se o que vai depois à mesa
Diana Tinoco
6. Tsukiji: Em Belém, Paulo Morais serve uma ementa baseada nos peixes e mariscos
No novíssimo Tsukiji, do chefe Paulo Morais, evita-se o desperdício. Ali, aproveita-se o peixe todo, da cabeça à cauda, das escamas às barbatanas, na hora de confecionar os pratos de inspiração asiática. Da ementa, na qual predomina também o marisco, experimente-se as vieiras com puré de ervilha, salmão fumado, rebentos de wasabi e chips de pastinaca, raiz de aipo e batata-doce (€15), o delicioso carpaccio de misto de peixes, salada, molho tailandês e raspas de fígado de tamboril (€9) e o pargo braseado, abóbora assada, amendoim com miso, endívias ao molho coreano (€14). Além do Wine & Sake Bar, à entrada, há um bar de cocktails e o sushi bar, onde se destaca a robata (grelhador) e a área de preparação do sushi. R. dos Jerónimos, 12, Lisboa > T. 96 320 9315 > seg-qui 12h15-15h, 19h-23h, sex-dom 12h-24h

Com ementa de António Nobre, o restaurante Degust’Ar é uma viagem ao Alentejo sem sair de Lisboa
D.R.
7. Degustr’Ar: António Nobre está agora em Lisboa, com o sotaque alentejano de sempre
Garante-se, desde já, que ir ao Degust’Ar equivale a uma viagem ao Alentejo sem sair da capital. O responsável por este teletransporte é o chefe António Nobre, 50 anos, que se instalou agora em Lisboa, para sorte de quem gosta desta gastronomia. A carta (ou as cartas) é vasta e varia consoante a hora do dia. Há um menu degustação só ao jantar (€54, sem bebidas), que funciona como um bom resumo da cozinha deste já consagrado chefe. Mas torna-se difícil resistir à lista de petiscos: ovos mexidos com espargos verdes (€10), pezinhos de coentrada (€8) ou queijo de Évora gratinado com ervas (€8). Também nunca falham os clássicos, como o ensopado de borrego (€16), a sopa de cação (€14) ou as pataniscas de bacalhau com arroz de coentros malandrinho (€14). Só que a estes pratos bem-comportadinhos, chamemos-lhes assim, o chefe adiciona ainda umas mais arrojadas vieiras com batata, presunto ibérico e coentros (€20), uma perdiz desfiada com pão alentejano e maionese de beterraba (€14) ou uma presa ibérica acompanhada de puré de abóbora e de um cuscuz de espelta surpreendente (€18). No final, não se consegue contornar aquele desfile de sobremesas carregadinhas de ovos e açúcar que, por momentos, elevam o ânimo de qualquer mortal. R. Latino Coelho, 63, Lisboa > T. 21 352 0896 > seg-sáb 12h30-23h30, dom 12h30-15h30
A Taberna Albricoque, do chefe Bertílio Gomes, ocupa uma antia casa de pasto de 1905, ao lado da estação de comboios de Santa Apolónia
Marcos Borga
8. Taberna Albricoque: Bertílio Gomes faz uma homenagem aos pratos e produtos do Algarve
Apesar de ter nascido na Margem Sul, Bertílio Gomes tem raízes em Albufeira e em Loulé. “Passava lá muito tempo nas férias, aquela cultura enraizou-se em mim”, conta. Não é, por isso, de estranhar que no seu novo restaurante, a Taberna Albricoque, ao lado da estação de comboios de Santa Apolónia, aposte na gastronomia algarvia. “É, acima de tudo, uma cozinha simples, dos poucos ingredientes, da matéria-prima de qualidade.” Pensadas para as diferentes horas do dia, há duas ementas: a de almoço, com o prato do dia e, ao longo da tarde, as sanduíches Foguete (em memória do antigo serviço ferroviário rápido), com bochecha de porco grelhada, abrótea arrepiada frita (€6,80) ou tártaro de beterraba (opção vegan, €5). A de jantar divide-se em dois capítulos: petiscos, onde sobressaem os rissóis de berbigão (€3,50), o carapau curado (€4,80) e as ostras ao natural (€3,20); e pratos principais, fixos. Na categoria Do Mar, sugere-se a canja de lingueirão (€7), a raia de alhada (€13) e o choco com ervilhas e batata-doce (€9). Na categoria Da Terra, o rabo de boi com grão (€9,90) e a galinha cerejada com pera e amêndoas (€11). R. Caminhos de Ferro, 98, Lisboa > T. 96 349 1581 > ter 15h-23h, qua-sáb 12h-23h, dom 12h-18h > menu de abertura (quatro momentos à escolha do chefe, água e café) €30

Na ementa do Big Fish Poke constam 9 receitas de poke
D.R.
9. Big Fish Poke: Aqui os pokes de peixe podem (e devem) ser acompanhados por chás e sakés japoneses
Para quem gosta de ver os cozinheiros a trabalhar, o melhor é ficar sentado ao balcão do Big Fish Poke, no Cais do Sodré. É ali que se passa a maior parte da ação deste restaurante de cozinha havaiana, com forte influência japonesa, aberto em meados de abril. “Trata-se de um balcão em U, com 20 lugares, no qual há uma grande interação e proximidade. Muitos pratos são finalizados em frente ao cliente”, nota o chefe Luís Gaspar. Entre as nove receitas de pokes está o Tako, com polvo, arroz yumenishiki, kyūri, cebola roxa, creme de abacate, coentros, alga nori, lima, molho de kimchi e milho crocante (€17), e o Aloha Shrimp de camarão, arroz yumenishiki, edamame, kyūri, cebola doce, cebolo, furikake, bubu arare, molho de trufas, ovo marinado em soja e masago (€16), um dos mais gulosos da carta. Tanto os pokes como a malasada (€6), sobremesa semelhante à bola de Berlim, com creme de batata-doce e macadâmia, acompanham-se com um saké ou um chá. R. da Moeda, 1G, Lisboa > T. 21 052 2842 > dom–qui 12h-24h, sex-sáb, véspera feriado 12h-1h

De supperclub para restaurante, o Ajitama Bistro tem mais oferta e variedade
D.R.
10. Ajitama Bistro: O fascínio de dois amigos pelo ramen
Há um ano, João Ferreira, 35 anos, e António Carvalhão, 34, passavam o fim de semana a preparar ramen para desconhecidos, que recebiam, todos os sábados, na casa de António. Hoje, é quase certo encontrá-los no Ajitama Bristo, o restaurante que entretanto abriram em Lisboa. A ideia já pairava na cabeça deles, mas, no dia em que contabilizaram 1 876 pessoas em lista de espera para o seu supperclub, atiraram-se ao plano.
Na lista, há cinco opções de ramen, ordenadas do menos para o mais intenso, e com várias informações sobre o que os distingue, desde as horas de cozedura à espessura dos noodles (três tipos diferentes), o caldo, intensidade e toppings. Por exemplo, o Hakata Tonkotsu (€14,50) está no topo da escala: o caldo Pai Tan está ao lume entre 18 e 20 horas, leva barriga de porco, noodles de espessura fina. Se ainda houver espaço depois desta malga, sugerimos a bavaroise de matcha (€5), sobremesa que já serviam em casa de António – um doce revivalismo dos tempos mais artesanais. Av. Duque de Loulé, 36, Lisboa > T. 21 354 0920 > ter-qui 12h-15h, 19h30-23h30, sex-sáb 19h30-00h30 > não aceita reservas

O novo 100 Maneiras, de Ljubomir Stanisic, fica na mesma Rua do Teixiera, no Barrio Alto, mas agora no número 39
Fabrice Demoulin