Tanka Sapkota, o chefe nascido no Nepal, há 20 anos em Lisboa, é o anfitrião do Il Mercato, no Páteo Bagatela
Mário João
Mais do que um simples restaurante com uma mercearia lá dentro, o Il Mercato é uma viagem pela saborosa gastronomia italiana. E como anfitrião, ninguém melhor do que Tanka Sapkota, o chefe nascido no Nepal, há 20 anos em Lisboa, a cozinhar algumas das melhores pastas (no Come Prima) e pizzas (no Forno d’Oro) da cidade. Com uma clientela fiel habituada a comer alguns dos ingredientes mais genuínos de Itália (como a trufa branca de Alba com temporada fixa no Come Prima), também no novo Il Mercato a excelência dos produtos não foi descurada. Diariamente, há 20 tipos de massa fresca, todos feitos com ovos biológicos da quinta Casal dos Planetas, um pequeno produtor de Vila Franca de Xira.
Quando o restaurante entrar em velocidade cruzeiro, serão gastos cerca de 300 ovos por dia, estima Tanka Sapkota. Entre “cristas de galo”, curve rigati, fiore, mafalde ou cellentani, o cliente só tem de escolher se vai comer a massa ali ou levar para casa e esta será feita à sua frente. Outro “problema” é a seleção do molho, sendo que a nossa preferência recai no de tomate, primeiro assado lentamente no forno e depois cozinhado no lume. Uma dica para quem levar as massas para casa: demoram entre um minuto e meio (tajarin) e nove minutos a cozer (raviolis) e custam €1,20 (100 gramas simples) ou €2,10 (100 gramas recheadas).
Todas as terças e quintas-feiras chega de avião, diretamente de Itália, burrata de Puglia, para depois ser servida com azeite e pimenta e mozzarella di bufala da Campânia, mais rija do que a burrata. Mas também há ricotta, salame di buffala, presunto Culatello Di Zibello DOP e os queijos parmigiano-reggiano de vaca da montanha e gorgonzola de cabra, que Tanka Sapkota acredita ser o único a ter em Lisboa. É um descanso saber que tudo o que se come no restaurante também se vende na mercearia, onde as frigideiras de cobre estão penduradas ao lado de réstias de alhos, de cebolas e de malaguetas, de presuntos e de cabaças.
À mesa, com um vasinho de rosmaninho, a refeição começa sempre por uma focaccia especial de espelta e centeio para molhar no azeite. Na nossa, seguiram-se uns raviolis de abóbora, um tagliateli com gambas e vodca e, no prato de carne, porco ibérico cozido a baixa temperatura com redução de marsala e ervas frescas. Saímos do Páteo Bagatela com sotaque, a pensar que estava tudo molto buono.
Na garrafeira do Il Mercato há mais de 50 referências de vinhos italianos, além de grappa, prosecco, licores e até refrigerante italiano: do mais barato Sensi Merlot (€7,20) ao mais caro Masseto da Toscânia (€1050). Ao preço da garrafa acresce €6 da taxa de rolha.
À mesa, com um vasinho de rosmaninho, a refeição começa sempre por uma focaccia especial de espelta e centeio para molhar no azeite
Mário João
Il Mercato > Páteo Bagatela > R. da Artilharia 1, 51, Lisboa > T. 21 193 0941 > ter-dom 12h-15h, 19h-24h