Existem arrozes para todo o tipo de gostos neste restaurante. De cabidela, de tamboril ou de pato, outros com cogumelos, feijão e amêndoas torradas. E, existe, acima de tudo, um chefe (muito) respeitado por detrás da sua confeção. Henrique Mouro, 40 anos, regressa aos comandos de uma cozinha lisboeta, depois de ter passado pelo Assinatura, pelo Tavares e pela Bica do Sapato. O seu novo Bagos Chiado abriu há apenas três semanas.
Desde as entradas, passando pelos pratos principais e terminando nas sobremesas, não consta na ementa um único prato que não tenha arroz, entre 21 sugestões inspiradas na gastronomia portuguesa e oriental. Quem não encontrar a sua receita preferida nesta lista, pode encomendá-la e, 48 horas depois, degustá-la numa das mesas do Bagos Chiado. “Foi a primeira coisa que cozinhei na vida, tinha uns oito ou nove anos. Fiz um arroz branco, apenas com água, sal e algo”, recorda Henrique Mouro. De todos os tipos de bagos, é o carolino aquele que mais usa, mas também não faltam na sua cozinha o basmati e o tailandês, revela. “Gosto do carolino por ser muito versátil. Tanto funciona num arroz malandrinho como no forno. Isto é, se o conseguirmos dominar”, justifica.
A refeição pode começar com um aveludado de galinha com amêndoas torradas (€6) ou com um glutinoso com bacalhau num “nigiri” (€7). Para prato principal escolha-se, por exemplo, um arroz de tamboril com tomate, azeitonas e manjerico (€18) ou uma cabidela com uma perna cheia de farinheira (€16). “Aqui, as carnes e os peixes como o bacalhau, o tamboril, a galinha, o pato, ou até o berbigão, são trabalhados como se fossem guarnições. O elemento principal é sempre o arroz”, sublinha Henrique Mouro. Para terminar, experimente-se um creme com peras cozidas em vinho branco (€5), um pastel de massa “filo” com passas e moscatel (€5) ou um (simples mas delicioso) arroz-doce. Para acompanhar, a carta de vinhos é composta por mais de 60 referências nacionais.
Apesar de estar localizado numa rua movimentada, mesmo no coração do Chiado, em frente ao Teatro Municipal São Luiz, o Bagos Chiado passa despercebido: quer no exterior, onde se veem bagos pintados na montra, quer no interior, onde se mantém uma certa sobriedade, num ambiente descontraído. Um pequeno balcão em mármore e três mesas enquadradas por paredes brancas dão as boas vindas aos clientes. Passando esta primeira sala e descendo uns degraus, dá-se de caras com a cozinha, ao fundo – e mais umas quantas mesas. Mas não muitas. Afinal, o que interessa aqui é o arroz. O resto são bagos.
À hora de almoço, o Bagos Chiado disponibiliza dois menus executivos que se distinguem pelo preço e pelo número de pratos. O de €12 inclui um prato principal e entrada ou sobremesa, já o de €15 engloba estas três opções.
Bagos Chiado > R. António Maria Cardoso, 15B, Lisboa > T. 21 342 0802 > ter-sáb 12h-15h, 19h-23h