
A Creperia School Bus, de Barcelona, é uma das estreias no Primavera
Lucília Monteiro
Agustin Manzano, 49 anos, demorou três dias a fazer a viagem entre Barcelona e o Porto, ao volante da sua Creperia School Bus, que se estreia, até sábado, 11, no NOS Primavera Sound. O festival tem, este ano, várias novidades no setor das comidas e bebidas, e este antigo autocarro escolar americano amarelo-torrado é uma delas. Do interior desta creperia ambulante, saem crepes doces e salgados que tanto podem ser recheados com doce de leite com banana ou camembert com cramberry e marmelada (a partir €3,50), e têm deliciado festivaleiros do Resurrection Fest (Viveiro) ou do BBK Live (Bilbao), ambos em Espanha. A Creperia School Bus ficará mais uns dias no Porto (participará no Porto Beer Fest), mas Agustin Manzano espera conseguir “levar o projeto para o Primavera Sound de Barcelona, no próximo ano”.

O fotógrafo catalão Erik Jandula leva cozinha tailandesa ao Primavera Sound
Lucília Monteiro
Da capital da Catalunha veio também o Vegetas sobre Ruedas, do fotógrafo Erik Jandula, 26 anos. As portas do festival abriram há menos de uma hora e, na meia dúzia de woks, já estão a fumegar noodles teriyaki (€6), vegetais, arroz de jasmin e massanan curry com leite de coco. O negócio de Erik estreia-se em Portugal mas, em meados de agosto, há de estar no Boom Festival, em Idanha-a-Nova.
Nesta área da restauração do festival, estão, como acontece desde a primeira edição, algumas das casas de petiscos mais típicas do Porto. Como as sandes da Casa Guedes, da Conga, da Badalhoca, a francesinha do Lado B, o leitão do Prazeres da Bairrada, o peixe da Dom Peixe, a Padaria Ribeiro, os pratos vegetarianos do Da Terra e, desta vez, também os cachorros do Gazela (€4), o sushi do aveirense Subenshi bem como as batatas fritas belgas da novíssima Chiparia (€2,50 pacote), com oito molhos a acompanhar (do picante hot-shot ao cocktail, pitta, ou snack saus).

O projeto de organic food do The Cru apresenta-se, pela primeira vez, no Norte
Lucília Monteiro
A The Wrepe Van, a unidade móvel do The Cru, de Oeiras, é outra novidade no Primavera Sound e no norte do País. André Ferreira e Pedro Capela estão entusiasmados e esperam conseguir “atrair o público que gosta de comer saudável nos festivais”. Os wrepes de frango, camarão, atum e vegetarianos (a partir €7), feitos com farinha de arroz, leite de arroz e ovos biológicos, prometem conquistar quem procura comida sem lactose, sem glúten, sem açúcar e biológica. Aos sumos com espinafres, juntam-se as trufas 100% bio (€1,20). Para o Primavera Sound, André Ferreira trouxe um carregamento de produtos: 180 kg de alface biológica, 300 kg de maçã, 300 km de limão, 3000 wrepes…

Uma zona dedicada ao street food é uma das novidades, onde não passa despercebida este camião/carruagem de comboio
Lucília Monteiro
A quinta edição do Primavera Sound conta com uma nova zona dedicada ao street food. “A comida sobre rodas é uma realidade e não podíamos fugir dela”, conta Joana Lima, da SPOT, que organiza esta área, situada mesmo ao lado do Mercado da Primavera. A carrinha em latão e ripas de madeira, pintadas num azul forte, a fazer lembrar a carruagem de um comboio, não deixa ninguém indiferente. O projeto vende sandes de leitão (€5) muito por conta da “paixão” de Tânia Sousa pela célebre iguaria da Mealhada. A ideia da “carruagem” pretende “distinguir-se dos outros projetos sobre rodas”.
E há muitos. Desde as diferentes combinações de sandes da Puorto, numa Piaggio transformada em cozinha, aos pregos de A Portuguesinha, às cerejas do Fundão, à comida mexicana de La Catrina, às pizzas da Hand Go, aos petiscos do Vira Lata, aos doces de Aveiro do Zé da Tripa. A comida do Primavera tem ainda gelados da Santini, vinho do Douro a copo servido pela Douro Boys, e, até, chás quentes e frios da Rota do Chá (€2), que, este ano, traz 15 variedades – Miguel Ortigão, o dono, garante que “os quentes são os que mais bem saem porque servem para aquecer à noite”. E, neste primeiro dia do Primavera Sound, a temperatura arrefeceu e a chuva caiu.