À boca de cena no Café Garrett

A “comida de conforto e de memória” do chefe de cozinha Leopoldo Calhau chegou ao foyer do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa

Dali não se avista nenhum palco – mas foi à sala principal do Teatro Nacional D. Maria II que o novo restaurante a abrir no seu foyer foi buscar o nome. O Café Garrett, gerido pelo arquiteto e cozinheiro Leopoldo Calhau, instalou-se logo à entrada, perto das estátuas dos atores Taborda, Pitorra e Emília das Neves. “Comecei por querer abrir um restaurante em Lisboa, mas acabei no interior da Sociedade Musical União Paredense, na Parede, com o Sociedade. Após um ano e meio, aqui estou eu no Teatro Nacional D. Maria II”, diz Leopoldo Calhau. O Café Garrett não é uma cópia integral do Sociedade Café Restaurante, mas existe uma ligação forte entre as duas cozinhas. Por isso, algumas receitas “viajaram” intactas da Linha de Cascais, como a do bacalhau, dos espargos verdes e aipo, do ratatouille e do pato e vinagre balsâmico, mas há também novas sugestões, como as entradas de bacalhau, beterraba e coentros e o carapau, pimentos e pepino. Nos pratos principais, as novidades passam pela pescada, salsifi e cheróvia; dourada, bivalves e “batatas” (que são uma espécie de gnochis) e o borrego, arroz e hortelã (o nome dos pratos junta sempre os seus ingredientes principais). “A ideia é manter a mesma comida de conforto e de memória. Queremos fazer uma cozinha sem livro de instruções, trabalhando com a sazonalidade dos produtos”, explica o chefe de cozinha.
Dos dois menus especiais do Café Garrett, um deles é servido à hora de almoço, durante a semana, com um preço fixo (€18) e inclui entrada, prato principal, sobremesa, copo de vinho (branco ou tinto) e café. O outro, o menu Bora lá ao Teatro, está disponível entre as 16 e as 19 horas, oferecendo opções mais leves como croquetes, pregos, enchidos e uma bifana com bochecha de porco preto panada em pão de brioche. Quanto às sobremesas, não podia deixar de vir do Sociedade, o pudim de noz da Joana, com receita da mãe de Leopoldo Calhau, que por ali tem liderado as preferências. Mas há vários outros doces para provar no Café Garrett. Que não nos falte o apetite.