Uma nova investigação realizada por uma equipa de cientistas nos EUA e que envolveu mais de 100 mil participantes com idade média de 66 anos, concluiu que o risco de mortalidade é inferior para quem pratica o que as autoridades de saúde dos EUA consideram atividade física moderada, ou seja, de 150 a 300 minutos por semana, vigorosa (de 75 a 150 minutos por semana) ou até quatro vezes mais do que esses tempos mínimos, semanalmente. Foi deninido que seriam consideradas atividades moderadas as caminhadas e levantamento de pesos, por exemplo; já corrida, natação, ciclismo e outros exercícios aeróbicos foram definidos como tipos de exercícios vigorosos.
Além disso, os investigadores, que acompanharam os voluntários durante cerca de três décadas, descobriram também que os adultos que realizavam duas a quatro vezes a quantidade atualmente recomendada de atividade física moderada ou vigorosa por semana tiveram um risco de morte significativamente reduzido. Para os voluntários que praticavam cerca de duas a quatro vezes o tempo mínimo recomendado de atividade física vigorosa semanal, ou seja, de 150 a 300 minutos por semana, a redução do risco de morte foi de cerca de 21 a 23%; já para quem fazia duas a quatro vezes mais exercício do que o tempo mínimo aconselhado de atividade física moderada por semana, isto é, de 300 a 600 minutos por semana, a redução do risco foi de 26 a 31%.
Houve ainda uma conclusão importante retirada pela equipa de investigadores: não foram detetados efeitos prejudiciais à saúde cardiovascular entre os adultos que relataram praticar até quatro vezes mais exercício físico relativamente aos valores mínimos de atividade recomendados. “Esta descoberta pode reduzir as preocupações à volta dos potenciais efeitos negativos de se realizar altos níveis de atividade física, observados em vários estudos anteriores”, afirma um dos autores do estudo, Dong Hoon Lee, da Harvard School of Public Health, em comunicado.
Para quem realiza menos de 75 minutos de atividade vigorosa semanalmente ou menos de 150 minutos de atividade moderada, deve fazer consistentemente entre 75 e 150 minutos de atividade vigorosa, entre 150 e 300 minutos de exercício físico moderado por semana, ou uma combinação equivalente de ambos, para conseguir benefícios a longo prazo no que diz respeito à redução do risco de morte.
As Diretrizes de Atividade Física dos EUA de 2018 recomendam que os adultos realizem pelo menos 150 a 300 minutos por semana de atividade física moderada, 75 a 150 minutos por semana de atividade física vigorosa, ou uma combinação equivalente a ambas as intensidades.
Para a realização do estudo, publicado na revista científica Circulation, a equipa analisou registos médicos dos participantes entre 1988 e 2018, retirados de dois grandes estudos prospetivos, sendo que 63% dos voluntários eram do sexo femino e mais de 96% eram adultos brancos. O índice de massa corporal (IMC) médio dos participantes foi, entre o período de acompanhamento, de cerca de 26. Além disso, de dois em dois anos foi pedido aos voluntários que realizassem questionários acerca da sua atividade física, com perguntas que envolviam doenças diagnosticadas, histórico familiar e hábitos de risco para a saúde como o consumo de tabaco e álcool e a frequência de exercício físico semanal.
“O nosso estudo fornece evidências para orientar os indivíduos a escolherem a quantidade e intensidade corretas de atividade física ao longo da vida para manterem a sua saúde”, refere ainda Lee, acrescentando que estas descobertas defendem que “os benefícios máximos podem ser alcançados ao serem realizados níveis médios a altos de atividade moderada ou vigorosa, ou uma combinação”.
“O impacto potencial da atividade física na saúde é grande, mas ainda não é claro se altos níveis de atividade física prolongada, vigorosa ou de intensidade moderada acima dos níveis recomendados trazem benefícios adicionais ou efeitos prejudiciais à saúde cardiovascular”, diz ainda o investigador. Serão necessárias mais investigações.