Por norma, o Château de Limont, cuja existência remonta ao século XIII, acolhe festas de aniversário, seminários de empresas, banquetes e copos-d’água de gente mais ou menos abastada e casais e famílias com “vontade de desligar”. A 3 de fevereiro, a mansão-hotel que fica a meio caminho entre Bruxelas e Liège, estará lotada e reservada para os principais dirigentes do Velho Continente. Objetivo: discutir as questões de segurança e defesa, nomeadamente o futuro do conflito ucraniano, a indústria bélica dos 27 e os desafios colocados pela postura rufia de Donald Trump e de Elon Musk. A 6 de janeiro, o Presidente dos EUA assumiu estar disposto a apoderar-se da Gronelândia, território autónomo da Dinamarca, e, desde então, não se tem cansado de repetir as suas ambições expansionistas, ao mesmo tempo que o homem mais rico do mundo interfere na política doméstica de quem lhe apetece e faz provocações a ritmo quase diário – uma das últimas, no dia 26, foi propor que o canal da Mancha fosse rebatizado canal George Washington.
O responsável pela ideia de convocar uma cimeira de líderes para discutirem todos estes temas foi António Costa, presidente do Conselho Europeu. O antigo primeiro-ministro português, graças ao seu reconhecido faro político, há muito que preparava este encontro inovador, ao qual prefere chamar “retiro informal”.