A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta sexta-feira a detenção de um homem, de 56 anos, que se dedicava à falsificação e comercialização de obras de artistas plásticos muito conhecidos há cerca de dois anos. Em comunicado, a PJ explica que o suspeito terá lesado as vítimas em valores que ascendem a 60 mil euros.
Durante as diligências da investigação, de nome “Tinta Fresca”, foi localizado um espaço comercial utilizado pelo detido enquanto “atelier”, em Lisboa, onde foram encontradas e apreendidas mais de 30 pinturas e esboços com assinaturas de artistas plásticos – incluindo Paula Rego, Cargaleiro, Cesariny, Cruzeiro Seixas, Júlio Resende, Malangatana e Cutileiro. As obras de arte apreendidas apresentavam “claros indícios de terem sido falsificadas” pelo suspeito.
De acordo com João Oliveira, responsável pela diretoria da região de Lisboa e Vale do Tejo, esta é apenas uma das fases da investigação, que continuará “no sentido de perceber se há mais pessoas que foram vítimas da ação deste suspeito”. “O autointitular-se como médico fazia parte do esquema que ele urdiu para ser mais convincente no seu processo de venda das obras”, pois “credibilizava muito melhor a sua história, justificando o porquê de ter na sua posse obras que naturalmente são muito valiosas”, explicou.
A Polícia Judiciária apreendeu ainda material de pintura, utilizado nas falsificações. O suspeito já foi presente a um primeiro interrogatório judicial e terá agora de pagar uma caução de cinco mil euros e de se apresentar, todas as semanas, às autoridades.
No final da investigação, segundo João Costa, é provável que as obras apreendidas revertam a favor do Estado e passem a incorporar o acervo do Museu da PJ. “É aquilo que normalmente costuma acontecer. Mas o tribunal pode vir a decidir no sentido diverso e o que for decidido será naturalmente cumprido”, concluiu.