O alerta da ministra da Saúde, esta manhã, – em que Marta Temido chamava a atenção para uma nova “fase de imensa pressão” sob o Serviço Nacional de Saúde – já deixava antever os dados epidemiológicos que se seguiram, ao início da tarde. Portugal voltou, esta quarta-feira, a bater um novo recorde de casos de Covid-19. Há mais 10 027 infetados no país, de acordo com o relatório epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Até hoje, o número máximo de casos tinha sido 7627 (registados no último dia de 2020).
A maioria dos infetados das últimas 24 horas localiza-se, mais uma vez, na região do norte (mais 3 857 – 38,5% do total) e em Lisboa e Vale do Tejo (3 333 – 33,4%). Seguem-se o Centro (mais 1 932), o Alentejo (439), o Algarve (307), os Açores (107) e a Madeira (52).
Neste momento, há 87 004 doentes ativos a ser acompanhados pelas autoridades de saúde; mais 6 821 do que ontem.
Foram ainda confirmadas mais 91 mortes nas últimas 24 horas; 57 das quais dizem respeito a pessoas com mais de 80 anos. Sendo que, à semelhança com o que acontece nas distribuição geográfica dos casos, a maioria das vítimas mortais vivia entre as regiões do Norte (mais 34 óbitos) e de Lisboa e Vale do Tejo (mais 27). A taxa de letalidade global do país é hoje de 1,65%.
No total, desde que a pandemia chegou a Portugal, em março do ano passado, registaram-se 446 606 casos, 7 377 vítimas mortais e 352 225 pessoas recuperaram da doença (mais 3 115 do que ontem).
Internamentos a aumentar
À margem de uma visita à Unidade de Cuidados Continuados Integrados da Misericórdia de Mora, Évora, para assistir ao início da vacinação contra a Covid-19, a ministra vaticinava, esta quarta-feira, que os próximos dias vão ser “muito duros” para o país e que os hospitais estão a acusar a pressão.
Nas últimas 24 horas, foram internados mais 33 doentes com Covid-19.
Embora Marta Temido tenha referido que “os hospitais têm autorização para todas as contratações que possam fazer”, não deixou de ressalvar que “o mercado de trabalho na área da saúde, não só o português, mas também outros, está com muita falta de recursos”. Assim, defendeu que os portugueses “têm de perceber que evitar a transmissão é uma forma de ajudar o SNS a responder, não só à Covid, mas a outro tipo de doenças”.
O número de doentes hospitalizados com o novo coronavírus está a aumentar há cinco dias consecutivos. Esta quarta-feira, estão internados 3 293 doentes com Covid-19, ou seja, mais 33 do que no dia anterior. Já nos cuidados intensivos há agora 513 pessoas – mais uma que na véspera.
O boletim da DGS de hoje indica ainda que as autoridades de saúde estão a vigiar 100 103 contactos de pessoas infetadas (mais 3 526 do que ontem).