O pacote dos “40 anos” vem com várias coisas incluídas: “sabedoria”, dores nas costas, charme, ver mal ao perto, estabilidade, dores nas articulações…
Há quem diga que o metabolismo começa a ficar cada vez mais lento e que é isso que faz com que engordemos gradualmente, logo a partir dos 30. Bem, não é bem assim. O motivo de se engordar com a idade pode ser mais simples do que se pensava: quanto mais envelhecemos, menos ativos nos tornamos.
Combater o excesso de peso associado à idade pode ser, portanto, mais fácil do que se pensava – basta ser mais ativo.
Antes de lhe darmos umas dicas de como o conseguir, fique a saber o que é e como funciona realmente o nosso metabolismo:
O nosso ritmo metabólico de repouso (RMR) é a medida da energia que o nosso corpo gasta enquanto em descanso. É determinado por vários fatores inerentes à pessoa – como a altura, idade, sexo e genética – e não sofre grandes alterações, faça-se o que se fizer.
Quando não estamos em repouso, o metabolismo já não é certo e pode ser manipulado. Como? Uma das maneiras passa por aquilo que comemos.
Quando comemos, o nosso corpo queima um pequeno número de calorias. A esta relação de causa-efeito dá-se o nome de “efeito térmico dos alimentos“, que equivale à energia necessária para a digestão, absorção e distribuição dos nutrientes consumidos pelas várias partes do corpo.
De modo a aumentar – mas muito pouco – a quantidade de energia gasta neste processo, podemos fazer coisas como beber café e outras bebidas estimulantes ou ingerir grandes quantidades de proteína.
Ainda assim, como vem referenciado na enciclopédia médica norte-americana MedlinePlus, uma plataforma governamental do National Institutes of Health (NIH), “comidas como chá verde, cafeina ou malaguetas não vão ajudá-lo a perder os quilos a mais”.
“Alguns podem dar um pequeno impulso ao metabolismo, mas não o suficiente para fazer a diferença no seu peso”, adverte a enciclopédia.
A solução para combater este problema e queimar mais calorias é mesmo só uma: ser mais ativo.
Seja ao ir ao ginásio, ao ir pelas escadas em vez do elevador, ou ao sair da secretária para ir beber um café, estamos a gastar energia. Ao realizarmos simples atividades físicas, aumentamos o ritmo metabólico acima dos níveis de repouso e, consequentente, gastamos mais energia.
O mesmo acontece após o exercício, enquanto recuperamos do mesmo – o corpo continua a queimar mais calorias do que se estivesse apenas em repouso, durante cerca de uma hora.
E se não sabe qual o exercício mais adequado, o site do NIH tem a resposta – não se foque apenas em ganhar musculatura, opte por algo que também trabalhe o coração. Afinal, são os órgãos como o cérebro, o coração, o fígado e os pulmões que mais contribuem para a queima de calorias, mesmo quando em repouso.
“As funções cerebrais constituem cerca de 20% do ritmo metabólico de repouso”, refere Claude Bouchard, professor de genética e nutrição na Universidade Estatal do Louisiana, nos EUA, ao Los Angeles Times.
“A seguir é o coração, que está a bater a todo o instante e constitui outros 15-20%. O fígado, que também funciona em descanso, contribui noutros 15-20%. Depois temos os rins, pulmões e outros tecidos; e o que sobra é musculo, que contribui apenas para 20-25% do total do metabolismo em descanso”, explica Bouchard.
Quer isso dizer que, embora treinos de força possam contribuir para a saúde de várias formas, não vão ter grande efeito sobre o metabolismo.
E mais uma coisa, que não é novidade para ninguém: tenha cuidado com aquilo que come. A nossa perceção natural de apetite tende a ficar menos precisa com o tempo. O truque para controlar melhor o apetite pode passar por comer mais vezes durante o dia e em menores quantidades.