Filipe Dâmaso Saraiva estava farto de ver as árvores de Paço de Arcos, onde mora, decapitadas sem apelo nem agravo pelos seviços da Câmara de Oeiras. Desta vez, quando viu em frente à sua porta um aviso a anunciar podas para o dia seguinte, decidiu que não ia ficar quieto.
Quando os funcionários municipais chegaram, Filipe tentou impedir-lhes o acesso às árvores. A polícia foi chamada, Filipe acabou detido e as árvores foram decepadas. Não sobrou uma folha para contar a história.
Histórias de podas exageradas, que deixam as árvores irreconhecíveis, têm surgido um pouco por todo o País. Mas cada vez mais cidadãos começam a fazer frente às tesouras das câmaras municipais. Há, até, uma Plataforma em Defesa das Árvores, criada precisamente para lutar contra estas amputações. No Dia da Árvore, a 21 de março, Paula Nunes da Silva, presidente da Quercus, dizia à VISÃO VERDE que, muitas vezes, as autarquias fazem estes cortes para depois terem a desculpa para mandar abaixo as árvores.
O PAN, entretanto, apresentou também um projeto-lei, para regulamentar a profissão de arborista (técnico habilitado a intervir nas árvores), para que as podas e os abates sejam feitas com critérios apertados, uma iniciativa que deverá ir a plenário em breve.
Neste Dia da Terra, a VISÃO VERDE está a pedir aos leitores que nos enviem (para visao@visao.pt) as suas próprias fotos de árvores que tenham sido vítimas de podas abusivas, para publicarmos uma galeria fotográfica a mostrar o alcance do problema.