Cada vez mais as escolhas alimentares são questionadas, em busca da melhor receita para a saúde e para a sustentabilidade do planeta. O marisco, “enquanto origem animal, tem uma das menores quantidades de gordura saturada em relação à proteína”, explica Lourdes Castro, nutricionista e diretora do laboratório alimentar da Universidade de Nova Iorque, citada pela CNN. Além de ser uma proteína magra, o marisco é rico em vitaminas D e B e minerais como ferro, potássio e cálcio.
Um outro benefício do consumo de marisco e peixe é a riqueza em ómega 3, essencial para a composição celular do corpo, o sistema imunológico e a saúde cardiovascular. Uma vez que o corpo não é capaz de o produzir, o ómega 3 é obtido através dos alimentos que comemos. Acrescentar este tipo de alimentos à dieta, pelo menos duas vezes por semana já contribui de forma significativa para aumentar os níveis de ómega 3.
Salmão
Do ponto de vista nutricional, o salmão é considerado o peixe mais saudável. “Peixes mais gordos de água fria são uma fonte melhor de ómega 3”, explica Mary Ellen Camire, professora de nutrição humana na Universidade do Maine, citada pela CNN.
Segundo a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos, o consumo recomendado de ácidos gordos DHA e EPA para adultos é de 250 mg por dia, o que pode ser facilmente ultrapassado com uma porção de 100 gramas de salmão. Salmão Chinook do Alasca, salmão Coho e salmão sockeye são três espécies de salmão selvagem classificadas como as mais ricas em ómega 3.
Mas será que há diferenças entre o salmão selvagem e de cultura? Segundo Santi Roberts, gerente do Monterey Bay Aquarium’s Seafood Watch, “hoje em dia, existem fontes ambientalmente sustentáveis tanto do lado selvagem, quanto do lado cultivado”. O salmão de viveiro já é produzido de forma mais sustentável que no passado e contém níveis de ómega 3 bastante mais aceitáveis.
“Do ponto de vista nutricional, costumava dizer-se que o salmão selvagem era superior ao de cultura”, afirma Lourdes Castro. No entanto, Ellen Camire refere que, com os avanços na aquicultura, os agricultores podem ajustar a dieta do salmão para produzir peixes com uma proporção maior de ómega 3 do que os equivalentes selvagens.
A aquicultura sustentável também é uma forma proativa de a pesca lidar com os efeitos das alterações climáticas. “Não há peixes suficientes no oceano para alimentar todos com base nas recomendações nutricionais de frutos do mar”, constatou Lourdes Castro.
Boas alternativas
Conjugando os benefícios para a saúde e a sustentabilidade planetária, há ainda outras opções de alimentos do mar que também são uma boa escolha. Ostras, mexilhões e amêijoas são relativamente ricos em ómega 3 e uma boa opção do ponto de vista ambiental, uma vez que não precisam de ração para serem criados num ambiente de cultura, pois retiram todos os nutrientes que necessitam da água.
A truta também entra para a lista de peixes favoritos, bem como o peixe-gato, bacalhau atlântico, arinca, anchova, lagosta e lula. Relativamente ao atum, é necessário perceber a forma como é capturado, já que, embora rico em ómega 3 e uma escolha nutricional superior, é mais difícil obtê-lo de forma sustentável. Várias populações de atum selvagem foram dizimadas pela pesca excessiva e o próprio peixe pode conter um elevado teor de mercúrio. Assim sendo, o atum-bonito, muito encontrado em conserva, é uma boa opção.
O mesmo acontece com a sardinha, peixe rico em ómega 3, mas não recomendada como opção sustentável devido aos impactos da sua pesca excessiva.