“Independentemente de se usarem descartáveis ou não, há regras que se devem cumprir, e uma delas é a proteção do ambiente e, portanto, uma máscara descartável deve ir para o chamado lixo doméstico, não deve ir para o ecoponto, e nunca deve ser abandonada na via pública — óbvio que não”, sublinhou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
Falando na conferência de imprensa diária da evolução do surto de covid-19 no país, a responsável notou que, “sempre que [uma máscara] for de fabrico comunitário e de multiutilização”, devem ser seguidas “as introduções do fabricante e, portanto, usar e proceder à sua higienização de acordo com o que vem no rótulo”.
“E há modalidades diferentes, umas que se utilizam um determinado número de vezes, a periodicidade com que se limpam é outra e, portanto, deve ser sempre lido o rótulo em relação as estas máscaras”, acrescentou Graça Freitas.
Já “as descartáveis, quando se deixam de usar, devem ser postas ou num envelope ou num saco e, obviamente, postas no lixo doméstico”, insistiu a responsável.
As recomendações para estes dois tipos de máscaras não abrangem, contudo, “os doentes imunodeprimidos, que ainda devem usar um terceiro tipo de máscaras”.
As declarações surgem depois de, também hoje, o ministro do Ambiente e Ação Climática ter considerado “fundamental” a não utilização de máscaras descartáveis, argumentando que mais sentido do ponto de vista económico e ambiental a máscara reutilizável.
“Fundamental é as pessoas não utilizarem máscaras descartáveis. E já agora se as utilizarem pelo menos que as ponham no lixo comum e não as entendam como um material reciclável, porque o crescimento do descartável, seja em plástico ou não, não faz qualquer sentido”, disse João Pedro Matos Fernandes numa entrevista ao Porto Canal, a propósito do aumento de descartáveis devido à pandemia de covid-19.
Antes, no início deste mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou o uso de máscaras comunitárias para a covid-19, feitas com três camadas de tecido, nomeadamente quando é difícil manter o distanciamento físico, como nos transportes públicos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 430 mil mortos e infetou mais de 7,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Em Portugal, morreram 1.517 pessoas das 36.690 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
ANE (FP/ER) // JPS