Com políticas robustas e investimentos direcionados, a Europa e Portugal estão na vanguarda da integração das Soluções com base na Natureza (SbN) como pilares de desenvolvimento sustentável. As SbN posicionam-se como uma estratégia-chave na resposta às alterações climáticas, na promoção da biodiversidade e, não menos importante, na promoção do bem-estar humano, incluindo a saúde mental. Estas soluções incluem a restauração de ecossistemas degradados, a implementação de infraestruturas verdes/azuis urbanas e a conservação de áreas naturais. Embora as SbN sejam vistas como inovadoras, há uma perceção de que elas apenas reembalam conceitos já existentes, como Infraestrutura Verde e Azul (GBI) e Serviços Ecossistémicos (ES), tornando-os mais acessíveis e politicamente aceites. Contudo, a massificação da implementação de SbN pode levar a sobrestimar o impacto no aumento da biodiversidade e a capacidade dos processos naturais em resolver vulnerabilidades climáticas urbanas, especialmente quando as infraestruturas implementadas são de pequena escala. Por outro lado, tem sido fundamental promover as competências necessárias para desenhar, implementar e manter as SbN, assim como tem sido observado que o envolvimento das comunidades locais pode ser um fator importante na obtenção dos resultados esperados a médio e longo prazo das SbN.
Um exemplo urbano de pequena escala que tem sido recentemente popularizado são as miniflorestas, pequenas áreas de vegetação densamente plantada, inspiradas no método Miyawaki, que imitam a estrutura de uma floresta natural. Em Portugal, um projeto pioneiro foi a FCULresta, uma minifloresta de 315 m2 implementada pela HortaFCUL e 2adapt na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que, após vários convites para instalar miniflorestas um pouco por todo o País, decidiu elaborar um guia que capacita qualquer entidade a implementar esta SbN de pequena escala.