A Boston Dynamics vai trazer o robô Atlas e o Toyota Research Institute o ‘cérebro’ de Inteligência Artificial. As duas empresas uniram esforços para criar um robô bípede de uso geral, capaz de se movimentar como um ser humano e realizar diversas tarefas.

A Boston Dynamics é um nome conhecido, na vanguarda da robótica desde a criação em 1992, passando pela criação dos robôs quadrúpedes BigDog e LittleDog e pela estreia do bípede Atlas em 2013. Este último tem vindo a evoluir, impressionando pelas suas capacidades de realizar movimentos de parkour, danças e habilidade para realizar diferentes tarefas.

Já o Toyota Research Institute (TRI) é especializado em LBM (Large Behavior Models), ou seja, modelos que são treinados em grandes volumes de dados sobre comportamentos humanos e que podem ser integrados em robôs para lhes permitir replicar os movimentos e atos das pessoas.

De acordo com o comunicado assinado pelas duas organizações, citado pelo Digital Trends, “o trabalho do TRI em LBM visa chegar ao multitasking e a modelos fundacionais condicionados por linguagem e visão para a manipulação com dexteridade”. Gill Pratt, cientista-chefe do TRI, conta que “a oportunidade de implementar a nossa tecnologia de Inteligência Artificial mais avnaçada no hardware da Boston Dynamics é um ponto de viragem para ambas as organizações à medida que trabalhamos para aumentar as capacidades das pessoas e melhorar a qualidade de vida”.

Nesta fase, não foi revelada qualquer perspetiva sobre datas de lançamento de protótipos ou primeiras versões deste robô.

Divulgada recentemente, está a circular pela internet uma lista com milhares de credenciais de utilizadores do Portal das Finanças, que não está relacionada com o ataque à AMA. A notícia foi avançada pelo jornal Expresso esta quarta-feira que revelou que, desde agosto, foram expostas as passwords de 15 mil pessoas – deste número, 9 mil corresponderão a dados reais.

Após tomar conhecimento da situação, o Ministério das Finanças “desencadeou de imediato o procedimento estabelecido para estas situações, revogando as senhas de acesso comprometidas” e “obrigando os respetivos contribuintes a substituírem as suas senhas no próximo acesso” ao Portal, refere a agência Lusa.

O Ministério explica ainda que estas listas “não resultam de qualquer acesso ilegítimo aos sistemas da Autoridade Tributária”, mas da “ex filtração de dados em sistemas de terceiros ou através do comprometimento dos equipamentos dos respetivos utilizadores”. As divulgações de listas de acessos a determinados sites são geralmente obtidas de forma ilegal, através de burlas onde são enviados códigos fraudulentos.

Como posso saber se a minha password está comprometida e alterá-la?

Para saber que as suas credenciais foram comprometidas, poderá consultar a plataforma Leak Checker, que verifica se o NIF está entre os identificados na lista que circula na Internet.

Os contribuintes com acesso comprometido estão também a ser obrigados a alterar as suas palavras-passe quando tentam aceder ao site do fisco. Ao entrar no Portal das Finanças, surge um aviso de “senha expirada” que obriga os contribuintes a definir uma nova.

Ataque à AMA

A lista surge na mesma altura em que a Agência para a Modernização Administrativa foi alvo de um ciberataque que provocou um “impacto substancial ao nível dos serviços suportados por esta entidade, tais como a Autenticação.Gov e o Gov.ID”. No entanto, a divulgação de dados dos contribuintes não está relacionada com o ataque informático nem resulta do comprometimento dos sistemas da administração tributária.

A AMA garante que está a implementar medidas que garantam a normalização dos serviços de forma progressiva e segura e que continua a colaborar com as autoridades para restabelecer o funcionamento das operações. Plataformas como o portal gov.pt ainda estão inoperacionais. O ataque também criou constrangimentos no Serviço Nacional de Saúde.

A Amazon anunciou o lançamento do Colorsoft, o primeiro Kindle a cores, que chega ao mercado a partir do fim do mês e com um preço de 280 dólares nos Estados Unidos. Este modelo demorou anos a aperfeiçoar, com a Amazon a ter testado variantes com eInk a cores no passado. Agora, a solução passa pela utilização de LED e outras tecnologias para conseguir ter o ecrã a mostrar cores e disponibilizar uma autonomia de até oito semanas.

Veja o novo Kindle Colorsoft Signature Edition

Além do modelo Kindle Colorsoft, a gigante tecnológica apresentou um novo leitor Paperwhite com ecrã de sete polegadas e uma atualização do Kindle Scribe que pode ser usada com um estilete e converte notas manuscritas em texto mais legível. Este modelo vai ainda usar Inteligência Artificial para resumir as notas manuscritas do utilizador e sumarizá-las em pontos.

O Colorsoft Signature Edition é à prova de água, suporta carregamento sem fios e USB tipo-C e vai começar a ser enviado para os utilizadores a 30 de outubro. Já o novo Scribe só chega no início de dezembro.

A Huawei renovou o seu tablet topo de gama. O ecrã está maior (e melhor), o acabamento do dispositivo é uma aposta bem-vinda e há novidades, sobretudo na área do desenho, que nos parecem muito valiosas. No entanto, a experiência de software está longe de estar completa e o preço deixa-o à mercê de alternativas mais populares.

O corpo do tablet é um dos primeiros elementos que impressiona pela positiva assim que agarramos nele. Temos, por um lado, uma espessura muito reduzida e um peso muito aceitável para o tamanho (12,2 polegadas), o que facilita agarrar o tablet apenas com uma mão, na vertical ou horizontal. Na mão, o que se sente também é a textura muito suave da traseira. Isto porque o novo MatePad Pro usa fibra de vidro processada para atingir um toque liso, mas aveludado, ao mesmo tempo que tem um aspeto visual quase a fazer lembrar tecido. A versão que testámos era de cor dourada clara, o que contribuiu para o aspeto requintado que o tablet consegue transmitir.

Além dos elementos positivos já assinalados, é um tablet que consegue, no global, fazer diferente e destacar-se dos outros que existem no mercado a nível de design, jogadas arriscadas, mas que valorizamos sempre.

Em qualquer tablet, o ecrã é o destaque primordial. Mas no MatePad Pro 12.2, esse destaque é a dobrar. Primeiro porque usa uma tipologia de ecrã ainda pouco comum, mas que tem vantagens claras. O painel é um Tandem OLED, o que significa que usa LED orgânicos sobrepostos (basicamente, uma camada de LED em cima de outra) para que possa atingir níveis de brilho superiores. E, garantimos, com o brilho no máximo parece que temos um pequeno televisor à nossa frente, tamanha é a luminosidade e vivacidade das imagens. Graças ao painel escolhido, as cores também ganham uma saturação e uma profundidade muito boas, com os elementos a apresentarem um perfil de cor mais ‘quente’, privilegiando os amarelos e vermelhos.

Mas há mais. Esta versão do tablet que testámos é o modelo com ecrã PaperMatte – tem camadas, construídas à nanoescala, para evitar brilhos e reflexos, eliminando até 99% do impacto das luzes em redor do utilizador do ecrã. Dá, de certa maneira, um aspeto quase de papel aos conteúdos que vemos no dispositivo, sobretudo os textos. Ficamos grandes fãs da eficácia a eliminar reflexos (mesmo no exterior com luz natural), mas também é verdade que este tipo de ecrã tira um pouco de ‘profundidade’ aos tons mais escuros, o que não lhe dá o mesmo nível de contrastes impactantes de outros ecrãs OLED.

No entanto, temos que destacar também o facto de, neste ecrã, mesmo com o brilho no máximo, o cansaço para os olhos se fazer sentir muito menos, o que é importante para quem vê vídeos e séries de forma regular no tablet, ou usa-o em viagens longas de autocarro ou avião. Por fim, nota para o sistema de som, com muito boa amplitude, capacidade de reprodução de detalhes e que torna a experiência multimédia mais completa.

Huawei MatePad Pro 12.2

Sarrabiscos no Huawei MatePad Pad Pro 12.2

O acabamento PaperMatte também faz muita diferença (para melhor) para quem procura um tablet para fazer desenho. Sim, há muitos estudantes ou até mesmo artistas que procuram um tablet como ferramenta de trabalho. E nesse aspeto podemos dizer maravilhas do MatePad Pro. O ecrã já gabamos, mas o acabamento fosco torna-se particularmente útil para quem gosta de tomar notas ou fazer desenhos no tablet. E dizemos isto a nível visual, pois em termos de ‘textura’, apesar de nos dar algum nível de fricção, ainda está mais próximo de tablets como o iPad do que de tablets e-paper como o Remarkable II.

Mas a experiência com o estilete M-Pencil de 3ª geração (vendido em separado por €99) é muito, muito boa. A latência é praticamente inexistente, o que significa que conseguimos, por um lado, uma elevada precisão nos traços que estamos a fazer, e que por outro podemos inclusive fazer traços rápidos sem ficarmos com aquela sensação de que a linha está a ‘correr atrás’ do estilete.

E apesar de não sermos artistas profissionais, ficamos muito surpreendidos com a aplicação GoPaint, que tem uma enorme variedade de pincéis e escovas para desenhar e pintar, dando uma grande flexibilidade artistica ao utilizador. E destacamos dois pincéis: um chamado Salpicos de Tinta e outro chamado Fluxo de Água. No primeiro, podemos usar o estilete mesmo sem tocar no ecrã – basta darmos dois toques na ponta do M Pencil, para fazer cair salpicos de tinta digital no ecrã, o que cria um fator ‘uau’. Já o Fluxo de Água chamou-nos a atenção por a tinta espalhar-se pelo ecrã mesmo depois de já termos dado a pincelada, o que dá um aspeto ‘orgânico’ a uma funcionalidade digital, uma sensação de realismo que, imaginamos, os artistas mais profissionais irão apreciar. No entanto, na nossa opinião, fazia mais sentido, considerando as características do tablet, que o acessório incluído de origem fosse o estilete (custa €99) e não a capa-teclado.

A capa-teclado que vem com o tablet na caixa chama-se Huawei Glide e esta alguma ‘engenharia’ que consideramos particularmente útil. O tablet prende-se à capa através de um sistema magnético. A novidade é que a capa permite ao utilizador ajustar, em três níveis, a posição do ecrã, para tornar a experiência de visualização ou de escrita mais confortável. O terceiro modo esse é mais indicado para escrever ou desenhar com o estilete – o tablet fica praticamente deitado, mas não totalmente, ficando com um ângulo de inclinação ideal para interagirmos com o estilete de forma mais produtiva.

Qual é a questão com o teclado? Não consideramos a experiência polida o suficiente. Por um lado, a própria dobradiça do teclado é muito dura, o que dificulta trocarmos de posição de forma rápida. Depois, a resposta das teclas até é veloz, mas o feedback é muito ‘leve’, o que leva a alguns erros de digitação. Além disso, o sistema de sugestão de palavras do HarmonyOS sobrepõem-se, por vezes, àquilo que realmente escrevemos, o que é um teste à nossa paciência.

Huawei MatePad Pro 12.2

O tablet da Huawei disponibiliza ainda características que, na nossa opinião, são bem-vindas num modelo destes. Temos uma câmara fotográfica principal muito competente para registar fotos de ocasião e uma câmara frontal que, não deslumbrando, cumpriu bem em duas entrevistas online que acabamos por fazer neste equipamento. Outro elemento que apreciamos é o botão de energia com sensor de impressão digital integrado, uma opção conveniente de segurança, e que neste caso é muito rápida no reconhecimento (basta pousar o dedo).

Se a verdade é que temos, acima de tudo, elogiado este tablet, nos equipamentos Huawei voltamos sempre ao mesmo – o software. E aqui temos duas opiniões. O HarmonyOS, enquanto sistema operativo, está mais fluido e dá-nos uma experiência superrápida. Já a questão das aplicações e da loja oficial da Huawei deitam tudo a perder. Depois de um arranque promissor, em 2022, a loja praticamente estagnou. O que significa que continua sem dar acesso direto a muitas das aplicações e videojogos mais populares. Mesmo quando tentamos contornar a falta de apps através da instalação de pacotes de aplicações (.apk) de outras fontes, nem sempre resulta, casos das apps Max e Fortnite.

E se o preço, em condições normais, já seria elevado para a maioria dos utilizadores, com esta questão das aplicações o MatePad Pro torna-se menos competitivo face a uma concorrência de respeito – iPad Pro e Galaxy Tab S10+. O que é uma pena, pois do lado do hardware, este é um tablet completo e cativante.

Tome Nota
Huawei MatePad Pro 12.2 (com teclado) | €999 
consumer.huawei.com/pt

Benchmarks Antutu: 675226 • CPU 286673 • GPU 0 • UX 169657 • Memória 218896 • 3DMark: Wild Life 3883 (23,2 fps) • Wild Life Extreme 1052 (6,3 fps) • PCMark Work 3.0 9304 • Autonomia 10h39 • Geekbench Single/Multi 1299/4041 • GPU 2607

Ecrã Excelente
Software Satisfatório
Construção Muito bom
Autonomia Muito bom

Características Ecrã Tandem OLED 12,2″, PaperMatte, 2800×1840 p, 144 Hz, 2000 nits (máx.) • Proc. Kirin T91, GPU Maleoon 910 • 12 GB RAM, 512 GB armaz. • Câmara 13 MP (f/1.8), 8 MP (ultra grande angular), 8 MP (selfie) • 4x altifalantes, 4x microfones • BT 5.2, Wi-Fi 6, USB-C (100 W) • HarmonyOS 4.2 • Bateria: 5050 mAh • 271,2×182,5×5,5 mm • 508 g 

Desempenho: 4
Características: 4
Qualidade/preço: 3

Global: 3,7

Um projeto de investigação sobre melanoma, um sobre vacinas bacterianas vivas atenuadas para erradicação de infeções multirresistentes e outro que investiga a relação entre a microbiota intestinal e o funcionamento cerebral. Estes são alguns dos projetos já apoiados pelo Concurso CaixaResearch de Investigação em Saúde, da Fundação “la Caixa”, que conta com a colaboração do Governo Português, através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

As candidaturas estão abertas até 20 de novembro. No total, o apoio a cada projeto poderá chegar a 1 milhão de euros, seja em investigação de base, clínica ou translacional.

1. Quem pode candidatar-se? 

O concurso procura os melhores projetos de investigação em biomedicina e saúde, com potencial para a transferência de resultados para a sociedade. Os projetos apresentados devem enquadrar-se nas seguintes áreas temáticas: neurociências; oncologia; doenças cardiovasculares e doenças metabólicas associadas; doenças infecciosas; tecnologias facilitadoras nas quatro áreas temáticas anteriores.

Como novidade nesta edição, os projetos centrados em doenças raras pediátricas e diabetes tipo 1 terão oportunidade de receber um financiamento específico, no âmbito da colaboração com a Fundación Sant Joan de Deu e Breakthrough T1D. Existe também uma colaboração com a Fundación Luzón para dar apoio a, pelo menos, um projeto centrado na esclerose lateral amiotrófica (ELA).

2. Quais as características dos projetos? 

Podem ser apresentados projetos nos quais a investigação se baseie na criação e desenvolvimento de tecnologias facilitadoras em saúde, como microeletrónica e nanoeletrónica, ciências computacionais, megadados (big data), fotónica, nanotecnologia, biotecnologia, materiais avançados e sistemas de fabrico avançados.

O núcleo destes projetos deve estar centrado em qualquer uma das áreas temáticas incluídas na convocatória. As propostas apresentadas no âmbito das doenças cardiovasculares e metabólicas associadas devem incidir numa investigação dos riscos ou alterações cardiovasculares associadas a estas patologias.  

Investigadores do programa CaixaResearch Health estão a trabalhar num projeto liderado por Arkaitz Carracedo sobre metástase do cancro da próstata. FrameZero © Fundação “la Caixa”

3. Como se distribuem os apoios? 

Os projetos individuais são realizados por uma única organização de execução da investigação e podem receber até 500 mil euros. No caso de consórcios, além da instituição candidata, é permitido um máximo de cinco membros, que devem ser instituições sem fins lucrativos dedicadas à investigação de acordo com os seus estatutos ou como parte da sua atividade habitual (centros de investigação, universidades, hospitais, etc.).

Projetos em consórcio podem receber até 1 milhão de euros em apoios. Pretende-se distribuir os montantes de forma mais ou menos equitativa pelas diferentes áreas temáticas, mas a distribuição definitiva dependerá sempre da qualidade e das características específicas das propostas apresentadas. 


Concurso CaixaResearch de Investigação em Saúde
Resultados da edição 2024

24,7 milhões
Valor total concedido a projetos de investigação

29 
Número total de projetos de investigação biomédica apoiados

Fonte: Fundação “la Caixa”


4. Quais os critérios de avaliação? 

Os critérios de seleção válidos para avaliar as propostas são os descritos nas bases do concurso. Não constituirá critério de seleção o facto de as propostas serem apresentadas com carácter individual ou em consórcio de investigação, nem o de serem projetos de investigação de base, clínica ou translacional.

Entre os avaliadores haverá peritos nas várias tecnologias facilitadoras, além de peritos em biomedicina e saúde das diferentes temáticas. A correta afetação do orçamento, bem como a sua adequação às atividades a realizar, constituirá um critério sujeito a avaliação rigorosa durante o processo de seleção dos projetos. 

5. Que instituições colaboram neste concurso? 

A Fundação “la Caixa” e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) colaboram através da Iniciativa Ibérica de Investigação e Inovação Biomédica (i4B). Ao abrigo desta iniciativa, no âmbito deste concurso, a FCT poderá cofinanciar projetos adicionais, de entre as propostas com melhor classificação coordenadas por uma organização portuguesa.  

A Fundação Francisco Luzón pode cofinanciar um projeto dedicado à Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). A Breakthrough T1D (antigamente JDRF) pode cofinanciar um projeto relacionado com a Diabetes Tipo 1 (DM1). 

A Fundação ”la Caixa” estabeleceu um acordo de colaboração com a Fundação de Pesquisa Sant Joan de Déu. Neste sentido, e no âmbito do presente concurso, poderá apoiar projetos de investigação em doenças raras pediátricas. O montante total destinado a estes projetos será equivalente ao valor médio atribuído a cada uma das áreas temáticas. 

O investigador Carlos Ribeiro trabalha num projeto do programa CaixaResearch Health para investigar a relação entre a mircobiota intestinal e o funcionamento cerebral. FrameZero © Fundação “la Caixa”

6. Que características devem ter os candidatos? 

  • Organizações candidatas (Host Organizations, HO). Os projetos apresentados podem ser liderados por investigadores de organizações sem fins lucrativos sediadas em Espanha ou Portugal; 
  • Líder do Projeto (Project Leader, PL). O investigador principal da organização candidata deverá ser também o líder do projeto, que será responsável por apresentar a proposta e coordenar a execução geral do projeto. 
  • Organizações de investigação (Research Performing Organizations, RPO). Poderá ser qualquer organização de investigação sem fins lucrativos localizada em qualquer país do mundo que leve a cabo as atividades do projeto. Nos projetos individuais, a organização de investigação é a organização candidata; Nos consórcios de investigação, deve haver, no mínimo, duas e, no máximo, cinco organizações de investigação (incluindo a organização candidata). Organizações de investigação com o mesmo NIF ou número de IVA serão consideradas uma só;
  • Investigadores principais (Principal Investigators, PI). Cada organização de investigação deverá ter um investigador principal responsável por levar a cabo as atividades do projeto realizado na respetiva instituição;
  • Organizações da sociedade civil (Civil Society Organizations, CSO). Tanto os projetos individuais como os projetos em consórcio de investigação podem também incluir, no máximo, três organizações da sociedade civil sem fins lucrativos, cuja atividade habitual não envolva a investigação (associações de doentes, por exemplo);
  • Empresas. As empresas estabelecidas não poderão ser membros da equipa do projeto, mas poderão receber fundos por serviços subcontratados. A soma do orçamento de todas as organizações não localizadas em Espanha ou Portugal pode ascender, no máximo, a 30% do total do orçamento do projeto; 
  • Membros da equipa. Todos os membros da equipa devem pertencer à organização candidata, às organizações da sociedade civil ou aos consórcios de investigação. 

7. Como é feita a seleção dos projetos?  

As propostas serão selecionadas com base num processo rigoroso, conduzido de acordo com os mais elevados padrões de qualidade, imparcialidade, objetividade e transparência.

O processo consiste numa fase inicial de pré-seleção de propostas, mediante uma avaliação por pares realizada remotamente, e numa segunda fase de entrevistas presenciais, realizada por Comissões de Seleção de cada área de investigação.


Critérios da candidatura 

Os pormenores relativos aos critérios de elegibilidade e à documentação necessária ao preenchimento da candidatura podem ser consultados nas bases do concurso.  

  • Projetos em curso: os PL dos projetos selecionados nas últimas três edições do Concurso CaixaResearch de Investigação em Saúde não poderão candidatar-se a esta edição na qualidade de Project Leader
  • Pontuação do Concurso CaixaResearch de Investigação em Saúde anterior: com vista a promover a qualidade das propostas, os PL e PI de propostas que tenham obtido menos de 5,50 pontos (em 8 de pontuação máxima) na avaliação realizada por pares da edição anterior (2023) não poderão apresentar propostas na qualidade de PL na presente edição (2024). De igual modo, os PL e PI de projetos que obtenham menos de 5,50 pontos (em 8 de pontuação máxima) na avaliação realizada por pares da presente edição (2024) não poderão apresentar propostas na qualidade de PL na próxima edição (2025). 
  • Projetos que desenvolvam estudos cujos resultados estejam sujeitos a direitos, independentemente da natureza dos mesmos, e que pertençam a organizações com fins lucrativos antes da apresentação da proposta serão considerados NÃO elegíveis. A Fundação ”la Caixa” reserva-se o direito de rejeitar propostas que beneficiem claramente organizações com fins lucrativos. 

Candidate-se ao Concurso CaixaResearch de Investigação em Saúde. O seu projeto poderá ser o próximo a ser selecionado.

MONTENEGRO E VENTURA  “É a palavra de um contra a palavra do outro” – expressão muito usada e com a qual se pretende significar que quando só duas pessoas tiveram uma conversa ou testemunharam um facto, e dão versões contraditórias, não se pode saber a verdade. Aconteceu. Porém, creio não ser exatamente assim, quando não é idêntica a credibilidade das duas pessoas, quando uma delas é conhecida por faltar à verdade, distorcê-la, dizer uma coisa hoje e outra amanhã. Ora, sendo este o caso de André Ventura, a menos que apresente provas do que diz, julgo que se deve acreditar na palavra de Luís Montenegro ao negar que, num encontro a sós com Ventura, lhe prometeu abrir as portas do Governo ao Chega se este aprovasse o Orçamento do Estado (OE).

Há, porém, uma outra coisa a considerar: Montenegro ter encontros com representantes de todos os partidos com assento parlamentar é natural, até um dever; agora ter mais do que um encontro “discreto”, alegadamente cinco encontros, com o líder do partido em relação ao qual proclamou o famoso “não é não”, é pelo menos embaraçoso e negativo para ele. Acrescendo que toda a conduta do Chega e do seu chefe após aquela garantia dada por Montenegro só foi de molde a mostrar que tal “não” se impunha e impõe, inclusive por respeito a regras básicas da democracia e mesmo da decência.

TIRO NO PÉ  Assim, Pedro Nuno Santos (PNS), ao intervir em congressos distritais do PS, acertou ao criticar esses encontros entre o primeiro-ministro e Ventura. E acertou ao acentuar que o OE nunca pode ser considerado do PS ou sequer próximo do PS, não só pelo que lá está, como pelo que não está. Mas se há uma ideia talvez generalizada de que o PS tem obrigação de aprovar o OE porque o PSD “cedeu” muito, mais do que o PS, a culpa é dos socialistas, que quase só falaram do IRS Jovem e da descida do IRC. 

Naquelas suas intervenções, pior (em absoluto e para a imagem que tem ou querem dar dele), PNS criticou implicitamente os membros do partido, em particular “comentadores”, que fora dele, nos média, defendem posições diversificadas, não coincidentes com as da direção. Crítica que constitui um erro e sem nenhum efeito positivo face ao que visava – pelo contrário… A questão é complexa, o que se passa nos média portugueses, sobretudo nas televisões, de sobreposição políticos/comentadores, creio ser único e prejudicial para a saúde da democracia, há muitos problemas neste domínio a exigirem um debate sério e profundo. Porém, o que o líder do PS disse, e no contexto em que o fez, foi só um tiro no pé.

JORNALISTAS E POLÍTICOS  E só um tiro no pé foi também o que Luís Montenegro disse sobre os jornalistas. Claro que não faz nenhum sentido, é do domínio do disparate, aquilo sobre os auriculares & similares. Mas, com todo o peso de uma longa e rica experiência, para não dizer mais, penso que uma não despicienda parte do nosso jornalismo está em muito mau estado: do ponto de vista da qualidade, da imaginação, da competência técnica, do rigor deontológico. Seja em matérias mais graves, seja nas simplesmente mais caricatas ou ridículas – como a da peça sobre a pen do OE que o Ricardo Araújo Pereira mostrou no seu último programa.

E os jornalistas devem reconhecê-lo, não padecendo de um desculpante ou mesmo cego corporativismo, que afeta outras profissões. Incluindo algumas em que isso ainda é muito mais nocivo e perigoso – das polícias às magistraturas.

DIREITOS IGUAIS  Uma nota final acrescento: como jornalistas criticam políticos, políticos têm todo o direito de criticar jornalistas, desde que isso não implique uma ameaça à sua independência e à sua liberdade. Ponto é terem as críticas fundamento.

Deste episódio dos auriculares não virá mal maior ao País. Já poderá vir do que o Governo anunciou sobre o fim da publicidade na RTP, sem medidas que compensem a perda de receitas – o que representa um perigo efetivo para a indispensável televisão pública. Mas falar disso, e do que na posse disse o novo procurador-geral da República, já aqui não cabe. Talvez volte aos dois temas.

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Não é preciso acompanhar a política muito de perto para se saber que um líder está com problemas sérios quando se começa a queixar publicamente dos seus companheiros de partido. No último fim de semana, Pedro Nuno Santos queixou-se e até caiu no triste populismo de dividir os militantes do seu partido entre os que têm acesso ao espaço público e os outros, a nossa conhecida conversa das elites contra o povo.

Infelizmente para ele, o secretário-geral do PS só se pode queixar de si próprio. A sua colaboração na novela orçamental tem sido pouco menos do que um desastre.

Pedro Nuno tinha desde o início do processo três alternativas: chumbava, viabilizava ou negociava. Andou a fazer ziguezagues entre as várias posições, mas lá optou por negociar. Como aqui já escrevi, fez bem. Um partido estruturante da nossa democracia como o Socialista não pode ignorar medidas que vão contra os seus princípios fundamentais ou tomar posições apenas por taticismos. As medidas orçamentais têm impacto em toda a comunidade e o PS não pode deixar de as tentar influenciar.

No mesmo sentido, tem de aceitar que o Orçamento siga o programa de quem tem a responsabilidade da governação (mesmo que o PSD tenha uma maioria muito limitada). Isto, em última análise, acarreta aceitar que o Governo implemente o seu Orçamento desde que não ultrapasse as famosas linhas vermelhas. Assim, os socialistas vincariam que outras opções seriam tomadas caso governassem, ao mesmo tempo que impediriam a implementação de medidas por eles consideradas inadmissíveis.

Ora, esta espécie de suspense socialista deixou de fazer sentido desde o momento em que Luís Montenegro aceitou as condições sine qua non de Pedro Nuno Santos. E nem vale a pena lembrar o quão pouco interessa ao PS ir para eleições, nem o risco que é para a saúde da democracia ver um partido antissistema ser a muleta da governação. Após as concessões do primeiro-ministro, o líder do PS tinha de anunciar a abstenção do partido na votação e reclamar vitória.

A sensação que fica é que o líder socialista ficou ainda mais perdido depois de Luís Montenegro ter mostrado uma posição moderada.

Há uma razão para isso: Pedro Nuno sempre pareceu preferir que o Orçamento passasse graças ao Chega. Isso permitiria mostrar o PSD como um partido próximo da extrema-direita e arrumar o nosso sistema em dois grandes blocos. No fundo, cumprir algo que era a imagem de marca de Pedro Nuno Santos: um agregador das várias esquerdas que teria do outro lado uma estranha aliança de direitas.

Isto geraria uma reconfiguração do nosso espaço político-partidário. O fim da preponderância do centro nas decisões políticas.

Montenegro percebe que o eleitorado português não está interessado na construção de dois blocos artificiais e que o eleitorado centrista é ainda decisivo para se ganhar eleições. Aliás, na entrevista que deu à SIC fez tudo para se mostrar moderado e conciliador. Elogiou o PS e Pedro Nuno Santos, disse que as contribuições dos socialistas o ajudaram a fazer um melhor Orçamento e, sobretudo, voltou a excluir o Chega de qualquer acordo. O objetivo foi evidente: agradar ao eleitorado que não quer alianças com radicais, sejam eles quais forem. Tenho sempre o cuidado de deixar claro que não faço um paralelo entre Bloco de Esquerda e Chega; o Bloco é um partido democrata, o Chega não. Mas essa consideração, neste caso, é secundária. Lembrem-se as palavras de Vieira da Silva à RTP: “Não estou de acordo que um qualquer frentismo de esquerda apresentasse melhor Orçamento do que este.”

Não é só a desorientação tática de Pedro Nuno Santos que é evidente, é também a estratégica. O secretário-geral do PS tem tentado mostrar-se longe da imagem esquerdista que tinha, mas não resistiu a fazer regressar a sua natureza frentista quando era tempo de evidenciar a sua nova postura centrista e moderada.

Ignorar o centro político e construir uma realidade alternativa polarizada trariam um ainda maior descontentamento das pessoas face aos partidos. Em Portugal, ao contrário do que as redes sociais exibem e alguns discursos pretendem mostrar, é o discurso centrista fundado no respeito pelo Estado social e na rejeição de modelos neoliberais ou demasiado estatistas que prevalece. É essa a chave para chegar às pessoas ou, pelo menos, à grande maioria do eleitorado. Não duvido de que Pedro Nuno Santos saiba isto, mas não é o que está a demonstrar, nem as declarações infelizes do fim de semana passaram uma imagem calma e de líder. O que o secretário-geral socialista está a deixar crescer é a perceção no eleitorado, que faz ganhar eleições, de que Luís Montenegro é o equilibrado, o sensato e o moderado. Nada pior para um líder do PS.

Só resta mesmo lembrar que não há memória de um primeiro-ministro socialista que tenha tido sucesso com uma estratégia frentista. António Costa, o melhor exemplo, nunca deixou de governar ao centro, nem mesmo quando teve o apoio de bloquistas e comunistas.

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Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Palavras-chave:

O ataque de Israel à base da força de manutenção de paz das Nações Unidas no Sul do Líbano é daquelas afrontas que leva os Chefes de Estado, um pouco por todo o mundo, a reagir com indignação ao ultraje, mas que, na prática, se traduz num quase nada. Porque o tabuleiro dos interesses abana mas não cai.

No domingo, conta a ONU, tanques israelitas irromperam pelos portões da força de paz UNIFIL, entrando à força. Depois de saírem, explodiram obuses perto da base, espalhando uma substância tóxica que levou 15 capacetes azuis a necessitarem de tratamento, apesar de usarem máscaras de gás.

António Guterres não esteve com meias-palavras e, pelo seu porta-voz, avisou: “Ataques contra as forças de paz violam o direito internacional… Podem constituir um crime de guerra.” Ao que Benjamin Netanyahu respondeu que a base da ONU tem servido como cobertura a membros do Hezbollah e que “a melhor maneira de garantir a segurança do pessoal da UNIFIL é que a UNIFIL atenda à solicitação de Israel e saia temporariamente do caminho do perigo”.

O desplante teve o condão de unir a Europa e até a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, fervorosa apoiante de Israel, se insurgiu, apelando ao “direito internacional humanitário”.

Humanidade não há na voracidade com que Israel diz defender-se da ameaça que rodeia o país. Por todos os lados. Mas quem poderia parecer um David acossado (pelo Hamas, na Faixa de Gaza; Hezbollah, no Líbano; hutis, no Iémen; Irão e Síria), mostra-se, na verdade, um Golias.

Ou não fizesse tudo (ou quase) com a luz verde dada pelo “líder do mundo livre” e “home of the brave”. Garantia de impunidade.

Nos Estados Unidos da América, em março, 58% dos norte-americanos diziam que Israel tinha razões válidas para a sua guerra, sondagem do Pew Research Center. No final de agosto, eram 60%, segundo a CNN.

Desde os anos 60 que os EUA fornecem apoio militar a Israel, assim como monetário. Historicamente, foi o país que mais recebeu ajudas financeiras dos norte-americanos, segundo a publicação The Conversation, sendo que, atualmente, a maioria do dinheiro serve para comprar armas, com a condição de que sejam produzidas nos EUA. Em causa, está portanto, uma grande ajuda aos fabricantes nacionais, numa rotação de dólares que acaba nos bolsos norte-americanos.

A colaboração entre os dois países é profícua para ambos e os EUA têm beneficiado largamente da posição de Israel na região, não só durante a Guerra Fria, como depois dos ataques do 11 de Setembro, por exemplo. Além disso, um Estado israelita forte pode ser tampão às aspirações expansionistas de um Irão nuclear.

Não se espere divisões de maior na campanha eleitoral norte-americana. Enquanto senadora, Kamala Harris sempre apoiou as ajudas militares a Israel. Esta é uma questão em que os dois grandes partidos concordam.

O desvario israelita com que retaliou os ataques que sofreu a 7 de outubro de 2023 – os 42 mil palestinianos mortos, as escolas e hospitais atacados, as crianças esfaimadas, a recusa em deixar entrar ajuda humanitária, os ataques às organizações não governamentais, as suspeitas de crimes de guerra – são pedras no sapato, sim, sobretudo na opinião pública, mas tiram o sono a estes senhores das armas?

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Na montra pequena da Balletto, um manequim com maillot de criança gira numa espécie de caixinha de música. A montra maior exibe o piano com 200 anos no qual Sorana Ploata aprendeu a tocar na sua Roménia natal, outro manequim veste uma criação da marca russa Grishko, um maillot de padrão impactante inspirado no Renascimento. Não é preciso ser bailarino para nos encantarmos com esta loja aberta desde janeiro na zona do Areeiro, em Lisboa.

A vida de bailarina de Sorana Ploata começou na cidade de Cluj-Napoca, na zona noroeste da Transilvânia, na Roménia, tendo passado depois por países como a Bélgica, Suíça e Portugal, para onde veio viver há mais de duas décadas. A falta de oferta de artigos para dança levou-a a criar a Balletto. “Reunimos uma seleção cuidada de marcas internacionais e nacionais, de calçado, vestuário e acessórios. Temos Intermezzo, Bloch, Grishko, Capezio, Só Dança, entre outras”, diz Sorana.

Nos charriots, a paleta de cores de maillots, saias, calças e vestidos parece um arco-íris. De perto, surpreendem pelos detalhes, modelos com bordados, rendas e estampas, cortes mais ou menos complexos, numa panóplia de sugestões. Há sandálias decoradas com strass para as danças de salão, sapatos essenciais para o sapateado, propostas para a dança jazz ou contemporânea de marcas como a portuguesa Rummos ou a italiana Danc’in. “A oferta é abrangente, não é só para o ballet, mas para todos os estilos de dança. E não somos só loja, queremos proporcionar à comunidade artística atividades que passem conhecimento em áreas relacionadas.”

O atendimento inclui serviços personalizados, como a possibilidade de um bailarino experimentar várias sapatilhas de ponta (têm cinco marcas, entre as quais a francesa Merlet). “As sapatilhas devem ser escolhidas tendo em conta características como o formato, largura ou a força dos pés.” Para sair com o par certo, marque uma visita e deixe-se nas mãos de quem sabe.  

Balletto > R. Vítor Hugo, 4 A, Lisboa > T. 91 647 4007 > seg-sáb 10h-19h

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