Quando faltam 5 dias para as manifestações convocadas pela CGTP-IN, em Lisboa e no Porto, a 15 de outubro, os jovens têm razões de sobra para partir à luta por uma vida melhor, contra o aumento do custo de vida e o empobrecimento de quem trabalha. Razões que se podem condensar em 5, uma por cada dia que falta.
Razão 1 – o aumento do salário não pode esperar
Os trabalhadores e jovens trabalhadores sofrem um agravamento das suas condições de vida com a perda do poder de comprar face a uma inflação galopante. Problema que exige solução imediata, com o aumento geral dos salários e o aumento intercalar do salário mínimo para os 800 euros, apontando para 850 euros em janeiro de 2022, aumentos, que permitam não só responder à escalada dos preços, mas também melhorar a qualidade de vida da maioria da população.
Razão 2 – defender as funções sociais do Estado, conquistas de Abril
É urgente reforçar o Serviço Nacional de Saúde, a Escola Pública, e a Segurança Social, em meios humanos, materiais e financeiros, com valorização dos seus profissionais, contra a ofensiva que pretende desmantelar responsabilidades que são do Estado, privatizando-as, para ganho dos grandes grupos económicos e simétrica perda das populações.
Razão 3 – denunciar quem acumula milhões a pretexto da pandemia, da guerra e
das sanções
Quem embarcou numa escalada de especulação para acumular milhões de euros em lucros, como demonstram os resultados dos 13 grupos económicos que acumularam mais de 2300 milhões de euros de lucros só no 1º semestre de 2022. Assistimos a uma inaudita transferência de rendimentos para o capital que exige uma taxação adicional destes lucros. Às estafadas justificações do primeiro-ministro junta-se a direita para quem o lucro é direito mais humano que o da habitação ou da saúde, mas quem, como tantos jovens, recebe o salário mínimo nacional e já perdeu 50 euros por mês em poder de compra sabe que tem razões em reivindicar!
Razão 4 – exigir resposta por parte do governo!
É através da luta que os trabalhadores desenvolvem nas empresas e locais de trabalho, tal como fizeram neste mês de greves, plenários e concentrações, promovidos pela CGTP-IN, que conquistam mais salários, mais direitos, conseguindo, com a força colectiva e organizada, ir além da lei. A luta é, pois, decisiva para forçar o Governo a assumir as suas responsabilidades e desenvolver uma política que responda aos problemas e aspirações dos trabalhadores. Não há política de esquerda que não passe pela revogação das normas da legislação laboral que prejudicam quem trabalha, como a caducidade da contratação colectiva, ou pela reposição do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador, medidas essenciais para o aumento geral dos salários, inclusive do tão aclamado salário médio. Mas também o combate aos mecanismos que
permitem a desregulação dos horários de trabalho como o banco de horas, o abuso do trabalho por turnos e nocturno e colocar fim ao flagelo social que é a precariedade, fazendo corresponder a um posto de trabalho permanente um vinculo de trabalho efectivo.
Razão 5 – porque temos direito a uma vida melhor
Com mais salário e tempo para viver, para desfrutar da vida, dos amigos, da cultura e do desporto, à estabilidade necessária, a casa, ao contrato e à creche para constituir família. Não é aceitável viver uma vida de ansiedade e incerteza constante, se o contrato vai ou não ser renovado, se as despesas vão aumentar, se vamos ter de escolher entre pagar a renda ou colocar comida na mesa. Não estamos condenados ao
empobrecimento nem às dificuldades! Nem os que já hoje trabalham, nem os que começarão a trabalhar amanhã.
Entre estas e outras, temos todos razões para, no dia 15, participar nas manifestações em Lisboa e no Porto.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.