1. Não restam dúvidas de que hoje é um dia histórico para Israel, para Trump, para o Egipto, para o Catar e para outros países — e obviamente para os palestinianos.
A libertação dos últimos 20 reféns vivos, juntamente com a entrega dos corpos de 28, encerra a tragédia de 7 de outubro de 2023 e traz algum descanso às famílias que viveram este desespero.
E leva finalmente a tão urgente paz a Gaza.
Falta ainda quase tudo, é certo, mas, assinados os acordos, presume-se que nenhuma das partes quererá violá-los — em particular o Hamas.
Também não era o acordo ideal, nem o momento certo para Israel, mas, com o regresso dos reféns, o Hamas terá agora muito pouco, ou mesmo nenhum, poder para deixar de cumprir as etapas seguintes, como a desmilitarização — talvez a mais importante.
Cada fase representará um passo em frente, e Trump merece esse crédito: pressionou Israel até ao ponto de este não poder recuar.
Sem acordo, não haveria entendimento especial entre Washington e Telavive. Agora segue-se a Ucrânia.
2. A vitória do PSD é inquestionável: conquistou as cinco maiores câmaras e o maior número de concelhos do País.
Inverteu a posição, colocando o PS em segundo lugar.
Não foi uma boa noite para José Luís Carneiro, mas melhor seria impossível — não foi o derrotado da noite.
O Chega tornou-se um partido com implantação local, e a única coisa que falhou foi não corresponder às expetativas, próprias e públicas. A fasquia era muito alta, diga-se.
O PCP não desapareceu, nem de longe, e o Bloco teve um dia amargo.
O mesmo não se poderá dizer do CDS, que mantém uma presença autárquica assinalável. A IL teve o que queria nas coligações que fez, o que é muito bom.
Agora seguem-se as presidenciais, já em janeiro.
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