As sondagens na Alemanha, que vai a votos no domingo, apontam para uma ligeira vantagem da CDU em relação à direita extremada da AfD, sendo que o SPD, do atual chanceler, deverá sofrer uma derrota histórica.
No entanto, persiste uma grande incógnita, semelhante ao que aconteceu nas eleições americanas: até ao dia da votação, e mesmo durante essas horas, poucos acreditavam na vitória de Trump. Esse efeito de voto escondido poderá repetir-se na Alemanha, o que representaria uma viragem radical no principal motor da União Europeia, trazendo de volta um radicalismo historicamente preocupante. O Gangue dos 3 (Trump, Putin e Musk) aposta e joga nesse cenário.
Por outras palavras, a AfD poderá vencer as eleições, eliminando a pequena diferença que a separa da CDU. A questão seguinte será saber como conseguirá governar. É bom relembrar a promessa dos grandes partidos, que já anunciaram um firme «Não» a qualquer coligação com Alice Weidel, que agora veste a pele de cordeiro. “E Não é Não!” (Esta é de Luís Montenegro, para efeitos de memória)
Os Verdes têm vindo a crescer nas últimas pesquisas, tal como alguns pequenos partidos de esquerda. Mas para se entrar no Bundestag é necessário obter pelo menos 5% dos votos, o que exclui muitas forças políticas que, com percentagens menores, poderiam facilitar a formação de uma coligação.
No domingo, um resultado parece certo na Alemanha: ninguém terá uma maioria absoluta, e a formação de um novo governo poderá demorar meses, como tem acontecido anteriormente. Isso não será positivo para a economia alemã e europeia, e muito menos para decisões críticas relacionadas com a Ucrânia. Um governo alemão com a AfD significaria a derrota dos ucranianos e a queda de Zelensky. Não pode acontecer!
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