As temperaturas políticas ainda não atingiram uma linha catastrófica, longe disso, mas até sexta-feira a previsão é de alerta amarelo. A agenda não dá descanso:
- O PSD está forçado, pelo seu grupo parlamentar, a chamar a PGR ao Parlamento. Só Montenegro decidirá. Mas não o fazer, depois do que disse o presidente da Assembleia da República, é mostrar incerteza e fraqueza, e isso não favorecerá um partido de poder.
- Na quinta, o estado da Nação vai a debate. É um estado líquido, pelas contas do Governo e do PS. A narrativa está construída, e nela assentarão todas as intervenções. O que interessa e preocupa os portugueses é a sua qualidade de vida, e as dificuldades e os apertos por que estão a passar. Nada de conversas políticas. A ser assim, então o debate na AR é só entre eles. E para eles. Os deputados e a bolha parlamentar. E para os comentadores, por tabela, que também estão fora da realidade, segundo fontes governamentais.
- Na sexta juntam-se duas ondas de calor. A audição do ex-ministro da Defesa, João Cravinho, e da atual ministra, que ficou sem o secretário de Estado, mais o Conselho de Estado convocado pelo Presidente. Deste só se saberá o que o Marcelo entender revelar, e na mesa estarão matérias pesadas e quentes. A audição parlamentar será aberta, mas a ter em conta a fábula governamental, ninguém quer saber disso.
- Depois vem o remanso. Mais uns dias e termina a sessão legislativa. Mas não sem uma amnistia, que não amnistia coisa alguma. É parca, fugaz e dirigida. É o que é. Ninguém quer saber disso, pensa o Governo.