Marcelo tem contrato com Belém até 2026, mas a lista de hipotéticos sucessores à casa de maior poder em Portugal começa a ficar longa. Marques Mendes foi o primeiro a posicionar-se através do seu comentário dominical. Seguiu-se, segundo alguns especialistas, Paulo Portas. Pedro Santana Lopes também apareceu, mas está em todas. Com a Covid e com os militares a serem chamados para resolver problemas de logística (a sua maior especialidade) o líder da task force deu nas vistas e, o hoje Almirante, Gouveia e Melo começou a ser apontado como presidenciável.
Mas, a lista não se fica por aqui. O algarvio e governador do Banco de Portugal, Mário Centeno também é apontado como estando na casa da partida. Pelas bandas do Rato mais nomes são falados. É como se sentissem que está na hora de acabar com o reinado da direita numa casa onde querem inquilino rosa. Por isso, nomes como Ana Gomes, Augusto Santos Silva ou António Vitorino parecem assumir o papel de tios numa família que há muito se sente órfã.
A lista engorda e surgem nomes como Pedro Passos Coelho – que em sondagem fica à frente de Luís Marques Mendes -, André Ventura. O que ninguém, ou muito poucos, esperavam é que o Secretário-geral do PS incluísse na lista de candidatos à Presidência da República um militante do PS que já ocupou o seu cargo, está em silêncio político há cerca de uma década. Falo de António José Seguro.
A lista de presidenciáveis fica, assim, mais preenchida. Tem figuras de relevo e de peso, mas António José Seguro é sem dúvida um sério candidato. Homem de consensos, que soube sair da cena política, é capaz de fazer sombra aos muitos presidenciáveis que foram desfilando numa passarela que alguns dizem exigir experiência de vida e percurso político.
Sem que possa concordar com os requisitos apontados (por especialistas) para Belém, reconheço em Seguro o perfil para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa e acrescento uma nuance: é capaz de roubar eleitorado ao candidato que se apresentar pela direita. Afinal, as opções à direita são poucas e Marques Mendes não é consensual.
Até 2026 muita coisa irá acontecer, incluindo eleições autárquicas. Saberá o país político ler nas entrelinhas e captar a vontade de um povo que, cada vez mais, não olha para a política com o mesmo fulgor do dia 27 de junho de 1976?
Com tantos nomes em cima da mesa, adivinha-se uma primeira volta animada nas próximas presidenciais.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.