Uma liderança forte é fundamental para o sucesso das organizações, sobretudo num contexto de permanente mudança como a que vivemos hoje. Mas, mais do que tudo, não há sucesso sem uma equipa robusta e com cultura que promova as diferenças e as transforme em forças. O que, afinal, poderá contribuir para uma equipa bem sucedida?
Primeiramente, acredito que as equipas devem ser heterogéneas. O sucesso das organizações nasce, muitas vezes, de um caminho determinado a nível global, mas com liberdade para uma implementação local. Nesse sentido, é importante que a equipa ideal seja composta por pessoas de várias idades, géneros, formações académicas e experiências. Dessa forma, gera-se um debate constante, saudável e capaz de fazer a empresa evoluir.
O género e a idade, por exemplo, não devem ser vistos como fatores limitadores, mas sim como elementos que enriquecem a dinâmica da equipa. Os mais jovens devem ser ouvidos e nunca postos de lado na hora de uma discussão. Não terão tanta experiência, mas terão um ponto de vista diverso. Mas ser mais jovem não é, obrigatoriamente, sinal de mais produtividade ou de uma certa frescura de pensamento. Um colaborador com mais de trinta anos na empresa deve ser tido em conta e não apenas pela experiência. Um colaborador com 60 anos pode muito bem ser dinâmico e ter ideias novas a cada dia, além de oferecer sabedoria e uma visão estratégica alicerçada em anos de prática. É central ouvir as ideias de todos, sem olhar à idade.
Em última análise, o verdadeiro sucesso de uma equipa reside na sua capacidade de abraçar e potenciar as diferenças. Personalidades, experiências e ideias diversas não são apenas recursos – são os alicerces de uma empresa verdadeiramente diferenciadora. Uma equipa que acolhe estas diferenças, promovendo o diálogo e o respeito mútuo, é uma equipa mais preparada para enfrentar qualquer desafio. Saber liderar é também conhecer melhor quem somos e, assim, entender melhor os outros, construindo, em conjunto, um trabalho de equipa verdadeiramente eficaz.
Outro ingrediente essencial para o sucesso é a capacidade de acolher as falhas como parte do processo de aprendizagem. Embora ninguém aspire a errar, o erro pode ser um catalisador para soluções criativas e abordagens inovadoras. Permitir que a equipa experimente, erre e aprenda sem receio cria uma cultura de coragem, onde é possível testar novos caminhos e encontrar soluções “fora da caixa”.
Por fim, liderar não é controlar. Pelo contrário, um líder eficaz é aquele que escolhe cuidadosamente a sua equipa, potencia autonomia e age como um guia, disponível para orientar e oferecer o seu conhecimento quando necessário. A confiança na equipa é um reflexo direto da confiança nas escolhas feitas e criar um ambiente de trabalho onde todos se sintam capacitados para tomar decisões é crucial para o sucesso coletivo.
Liderar é um ato de confiança, inclusão e visão, dando suporte quando algo corre menos bem, mas é promover também a celebração, em equipa, do sucesso, com a partilha das conquistas e experiências que poderão servir de inspiração para o futuro. Quando uma equipa se sente valorizada, apoiada e ouvida, os resultados vão além do sucesso organizacional: criam um legado que inspira e transforma. Liderar, afinal, é ouvir, acompanhar e apoiar.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.