O ano que agora termina fica para a história como ano em que, finalmente, foi escolhida a localização para o novo aeroporto, e vamos começar a assistir à longa-metragem sobre o arranque das obras. Fica também para a história porque nas eleições de março a Aliança Democrática voltou a juntar em sufrágio dois partidos da direita portuguesa. Sem que tenham conseguido alcançar maioria, PSD e CDS lá formaram governo com a bênção da IL e com o Chega à espreita. Chega que viu o número de votos aumentar, enquanto alguns partidos à esquerda receberam cartões vermelhos.
Com o hemiciclo preenchido por deputados experientes ou jovens estreantes, e um governo composto por ministros com provas dadas, a verdade é que perante o chumbo da proposta de Orçamento de Estado tudo voltou à “estaca zero”: novas eleições.
Chegados aqui, e com as eleições (as segundas em menos de 12 meses) a não darem uma maioria clara, o convite para que o Chega assumisse uma pasta era certo. O líder apontou a pasta da Administração Interna ou Saúde ou Justiça ou Educação.
Sem que o partido que alcançou mais votos tenha condições para formar um governo maioritário, esta espécie de geringonça à direita assume-se como a estratégia viável e que até já foi testada pela esquerda – afinal, na geringonça de Costa cabia toda a esquerda eleita.
A tomada de posse aconteceu e o país político respirou, finalmente, de alívio, ainda que os Velhos do Restelo vaticinem “prazo de validade curto” ao novo governo. Não sei quanto tempo resta. Mas, sei que o país precisa urgentemente de reformas em áreas estruturantes e há muito gritam por oxigénio.
É chegada a hora de começar a reformar áreas como a Educação – Portugal não pode continuar a oferecer às gerações mais novas um modelo arcaico de ensino e que conduz a resultados “desastrosos” nas provas de aferição tal como em dezembro de 2023. É urgente repensar a Edução e adotar um modelo que permita ter alunos motivados para a aprendizagem; a Saúde ou a Justiça. Neste momento, há um governo composto na sua maioria pela cor política que há muito nos habituou a reformas. A bem do país e de todos nós, quero acreditar que essas reformas serão uma constante, numa legislatura onde os protagonistas de toda a direita estarão sempre debaixo de escrutínio acérrimo, apenas porque têm no seu interior também um dos partidos que os portugueses votaram.
Quanto a Costa, a tentativa de ser eleito presidente do Parlamento Europeu saiu-lhe gorada, mas não faltarão oportunidades para, numa Europa em crescimento, continuar a fazer política e a mostrar que é homem de consensos. É tudo uma questão de timing!
PS: A poucas horas do início do Ano Novo, gostava que o texto que acabo de escrever vivesse sempre como tal: ficção.
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