O Dia da Mãe aproxima-se. Na verdade, todos os dias são dias das mães, porque, uma vez que uma mulher aceita o desafio da maternidade, encarna, de facto, uma missão para o resto da vida. Pelo caráter tão especial dessa missão, considero ser mais do que merecido que lhes seja dedicado um dia no nosso calendário.
Que desafios enfrentam diariamente as mães? Imensos e inumeráveis. Evidentemente que não quero dizer que os pais não desempenham um papel essencial na vida e educação dos seus filhos. Sabemos que sim, e que muitos deles são, ao mesmo tempo pais e mães, o que também acontece com diversas mulheres. Uma vénia para todas elas e eles!
Contudo, ser mãe é algo muito especial. Por um lado, quando uma mulher carrega dentro de si o seu bebé durante 9 meses, experiencia algo único que a natureza lhe proporciona. Por outro lado, o facto de uma mulher não poder gerar um filho dentro de si ou de não conseguir carregá-lo no seu ventre por nove meses, optando, por exemplo, pela adoção ou por outras formas de geração de uma vida, não faz dessa pessoa menos mãe que as outras, de todo! Isto porque ser mãe é muito mais do que gerar uma vida. É, acima de tudo, amar o seu filho com todas as suas forças, virando uma leoa para o defender se tal for necessário. Quem mexe com um filho, mexe com os nossos instintos mais profundos, tendo sido gerado ou não dentro de nós, porque o nosso amor por aquele ser sobrepõe-se a tudo o resto que sentimos ou que pensávamos priorizar.
As mães de hoje são verdadeiras atletas! Acordam, arranjam-se rapidamente, acordam os filhos, tomam o pequeno almoço à pressa, preparam os filhos, levam-nos à escola, correm para o trabalho, dão o seu melhor para construir uma carreira, saem a correr do trabalho para buscar os filhos à escola e levá-los às atividades, voltam para buscá-los e levá-los para casa, ajudam-nos nos trabalhos de casa, tratam da casa, tratam de outros familiares doentes ou mais frágeis e ainda procuram, no meio do caos diário, ser umas ótimas esposas. Ufa, que canseira só de descrever o dia de uma mãe! E isto partindo do princípio de que o dia corre bem, porque se surge algum problema de saúde de um filho ou dos próprios pais, todos os problemas se exponenciam.
Perante todo o esforço diário louvável das mães, a sociedade continua, muitas vezes, a impor padrões da maternidade perfeita, que em nada se coadunam com a realidade. As mães, efetivamente, falham! Todas nós. E isso é absolutamente humano. A imperfeição existe e ainda bem, pois permite-nos refletir e crescer todos os dias. Nenhuma mãe deve comparar-se a outra, porque cada família constitui uma realidade muito específica, e o que funciona com núcleo familiar pode não funcionar com outro. Nada de cobranças! Todas as mães fazem o melhor que sabem e podem. Se houver amor e cuidado com a educação que transmitimos aos nossos filhos, temos os ingredientes essenciais!
Uma palavra sobre as mulheres que não têm filhos, ou porque não o desejaram ou porque não o conseguiram: ninguém tem o direito de pressionar estas mulheres ou de as julgar. As opções de cada pessoa apenas a ela dizem respeito. Já é tempo de deixarmos de vermos as mulheres a serem questionadas, mal saem do altar, sobre quando vão ter filhos! Ou se estão grávidas se, por outro motivo, ganham alguns quilos a mais. Minhas senhoras e meus senhores, isso não se pergunta! Ser mãe é maravilhoso mas extremamente desafiante, e cada mulher tem direito a decidir o que deseja para a sua vida.
Por fim, deixo a minha extrema admiração às mães que dão tudo de si e que, mesmo sem qualquer apoio de outros familiares, desenvolvem, todos os dias, um trabalho notável na educação dos seus filhos. As mães só podem, mesmo, ter super poderes!
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