O primeiro impacto surge normalmente na simplificação das tarefas domésticas, proporcionando uma maior facilidade de utilização, com recurso a níveis de automação muito elevados na operação de diversos sistemas como iluminação, aquecimento, refrigeração, segurança, limpeza ou mesmo jardinagem. A casa transforma-se num sistema global ao serviço dos seus residentes, ajustando continuamente as suas condições ambientais e acionando os diferentes equipamentos domésticos para proporcionar a melhor experiência possível em conforto e bem-estar, de forma personalizada.
Para esta realidade, cada vez mais presente, destacam-se três domínios tecnológicos, cuja evolução tem sustentado o rápido crescimento do sector: Sensores, Conectividade e Inteligência Artificial.
A miniaturização de diversos tipos de sensores, desde humidade, pressão, temperatura até sensores óticos, sensores de proximidade, componentes RFID ou mesmo acelerómetros, permitiu a sua integração generalizada nos diversos equipamentos Electrodomésticos, fazendo com que eles possam conhecer automaticamente as diversas condições de utilização e operação a que estão sujeitos e podendo assumir as ações necessárias à sua tarefa sem intervenção do utilizador.
A conectividade, pelo seu lado, criou um novo patamar de possibilidades, permitindo aos equipamentos a comunicação entre si e com os próprios utilizadores, a partilha dos dados recolhidos pelos seus sensores, assim como a sincronização das tarefas dos vários equipamentos, no sentido de otimizar o resultado global.
O terceiro domínio, ainda na sua fase emergente, é o da inteligência artificial, que partindo de sistemas de controlo adaptativos evolui rapidamente para sistemas com aprendizagem autónoma, que analisam os hábitos e preferências dos utilizadores para ajustar as condições de operação de todos os equipamentos domésticos, maximizando o seu conforto e satisfação.
Uma das áreas mais representativas dos benefícios deste novo ecossistema é a do aquecimento e ar condicionado, porque permite responder a um dos grandes desafios de sustentabilidade das nossas cidades: melhorar o nosso conforto reduzindo o consumo energético e consequentemente o seu impacto ambiental e económico.
Essa é a razão pela qual as novas gerações de caldeiras, esquentadores, bombas de calor e ar condicionado estão já dotadas de diversos sensores como temperatura, caudal, humidade, pressão, energia ou mesmo localização, integrando igualmente soluções de conectividade que permitem uma rápida e simples ligação destes aparelhos em rede, o que constitui uma das bases fundamentais da casa Inteligente. O desenvolvimento de APPs e software de controlo flexível, que controlam e integram funções dos vários equipamentos, permite já uma gestão avançada e um grande grau de autonomia de todas as características ambientais da residência, que se adaptam às preferências individuais de cada utilizador e garantem uma aprendizagem e otimização continua dos parâmetros de funcionamento. Esta continuidade permite minimizar o consumo de energia, evitar o desperdício de água e a necessidade de interação e ajuste por parte dos utilizadores. A ligação destes sistemas a um portal de serviços integrados de suporte permite a monitorização automática do estado de qualidade de cada equipamento, o acompanhamento das previsões ambientais, custos de energia e garantem uma manutenção otimizada, evitando avarias e os inconvenientes associados às reparações.
O acesso ao conforto excecional da forma mais simples e economicamente imaginável é um dos desígnios essenciais da casa Inteligente. Uma verdadeira inteligência térmica, cada vais mais presente e abrangente quer pela massificação da conectividade nos sistemas de aquecimento e ar condicionado, quer pela emergência dos sistemas de controlo baseados em inteligência artificial.