Embora seja tantas vezes motivo de discórdia e utilizado como pólvora para incendiar radicalismos perigosos, o desporto tem também uma capacidade única, quase milagrosa, para conciliar vontades e conseguir unir estados ou nações. Na sua essência, o desporto é um instrumento insubstituível para uma vida saudável, ao mesmo tempo que desempenha um papel fundamental na criação de bons hábitos de vida em sociedade: demonstra a importância do esforço, do trabalho de equipa e do espírito de resistência para superar adversidades. E, quando bem enquadrado, tem uma virtude cada vez mais necessária nos atuais tempos crispados e radicalizados, em que todos querem ter razão: ensina a perder ‒ porque ninguém ganha sempre, por mais que a tantos lhes custe admitir.
O desporto ajuda a formar o caráter. E, num segundo nível, é um elemento agregador de comunidades e até de identidade nacional. Quando uma equipa ou um atleta que enverga as nossas cores ganha uma competição global, todos nos sentimos, nem que seja um bocadinho, campeões da Europa ou do Mundo. Festejamos e celebramos com alegria, mas também com orgulho. E, coletivamente, com essa vitória, sentimos que o nosso país subiu algum degrau na competitividade global das nações.