Tal como vem descrito no Antigo Testamento, no Dia da Expiação (o Yom Kippur hebraico), dois bodes eram levados em sacrifício ao Templo de Jerusalém. Um era sujeito a holocausto, consumido pelo fogo; ao outro eram dados, simbolicamente, todos os pecados do povo de Israel, sendo depois “deportado” para o deserto, para morrer à míngua, vergado pelo peso da culpa dos outros.
A figura do bode expiatório é uma presença constante na história política ocidental. “Alguém tem de pagar”, ouvimos uma vez a um sincero José Mourinho, depois de uma derrota do Futebol Clube do Porto, avisando já o próximo adversário de que a disputa ia ser feia.