Numa das minhas primeiras idas ao Estádio do Dragão, já com o jogo a terminar, lembro-me de ouvir todo o estádio a cantar “Pinto da Costa, olé! Pinto da Costa, olé olé!”
Era miúdo e juntei-me aos cânticos. Pela primeira vez cantei o seu nome, sem perceber bem o porquê de toda a gente cantar aquela música com um sorriso de orelha a orelha, uma energia contagiante e cachecol no ar a abanar de um lado para o outro.
Com o passar do tempo, pude testemunhar o significado daquele cântico tão recorrente e marcante para os adeptos portistas. Era bem mais do que só o nome do presidente. Era o agradecimento por tudo o que ele já tinha feito pelo FC Porto e ainda viria a fazer. E hoje é fácil de se ver isso.
Foi o homem que assumiu o cargo em 1982, prometeu “tornar o FC Porto forte em Portugal e na Europa” e assim o fez – passados 5 anos, em 1987, conquistou a Taça dos Campeões Europeus (atual Liga dos Campeões), o primeiro título europeu da história do clube.
Com uma Supertaça Europeia e uma Taça UEFA pelo meio, voltaria a repetir o feito, em 2004, trazendo mais uma Champions League para a cidade invicta, esta com José Mourinho ao leme, que descreveu esta semana Pinto da Costa como “o seu presidente”.
Em 2011, com o atual presidente, André Villas-Boas, como treinador, conquistava a Liga Europa, o último troféu europeu do seu currículo.
O seu percurso no futebol internacional foi marcante, mas e internamente? 23 campeonatos, 16 taças de Portugal e 22 supertaças (entre outros títulos). Sem igual durante o período em que foi o líder do Futebol Clube do Porto.
No total, foram 69 conquistas no desporto rei. Mas fica por aqui? Nem pensar.
Nas modalidades, onde começou o seu percurso no clube, junta “só” mais 2591 títulos ao seu palmarés.
O presidente mais titulado do mundo. O presidente dos presidentes.
Além dos títulos, fica na memória de todos os traços da sua personalidade: a inteligência, a dedicação, o sarcasmo e a ousadia de um homem que quase ganhou tudo o que havia para ganhar.
Um homem que impulsionou o crescimento da cidade do Porto e do Norte de Portugal como poucos o fizeram e fez tremer os rivais do Sul durante 42 anos.
O legado que deixa é, provavelmente, inigualável. Independentemente do clube que se apoie, é impossível negar o impacto deste homem no desporto em Portugal e no mundo. É eterno.
Há muitas palavras para descrever o seu caráter e muitas formas de reconhecer tudo o que Jorge Nuno Pinto da Costa fez pelo futebol português. A minha vai ao encontro da primeira vez que cantei o seu nome: à sua vida, Pinto da Costa, olé. Pinto da Costa, olé olé.
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