Funchal, 28 Fev (Lusa) – Os hotéis de cinco estrelas na Madeira como o Reid’s e o Cliff Bay já sentem a pressão da crise económica, mas os preços que cobram permite-lhes manter os luxos que os clientes ainda procuram.
Apesar de admitir algum decréscimo na entrada de hóspedes, o director-geal do Reid´s Palace, Sandro Fabris, considerou ser necessária uma postura positiva porque “as crises também são oportunidades”.
“Estamos num período onde o negócio não está a correr tão bem como em anos passados mas temos a sorte que o Reid’s e a Madeira são destinos de férias de famílias, para descansar e, estas são as últimas coisas que se cortam”, disse Sandro Fabris à agência Lusa .
“Há necessidade de haver ponderação na gestão mas não se pode reagir só a cortar custos”, acrescentou o director do ex-libris da hotelaria madeirense, lembrando que uma noite no hotel custa, em média, 380 euros, valor que funciona como uma “almofada” em termos de gestão.
“O cliente que vem para aqui não é o cliente que escolhe este hotel porque é barato mas porque temos o melhor serviço”, disse Fabris, lembrando, a propósito, que as roupas de cama do hotel são em linho que “custa mais a passar a ferro do que se for em algodão”.
Sandro Fabris reconhece que o hotel tem vivido um decréscimo de entradas na ordem dos 15 por cento mas “também é verdade que temos que encarar esta situação de uma forma positiva e não alarmista”.
O hotel, que outrora e no presente, alberga aristocratas, políticos e empresários continua a apostar na qualidade de serviço como factor de diferenciação: “as pessoas vêm porque sabem que é um bom produto, oferece um bom serviço, e que recebem uma boa qualidade por aquilo que estão a pagar”.
Idêntica opinião partilha António Trindade, director geral do Grupo Cliff Bay, detentor de hotéis de 5 e 4 estrelas na Madeira, em Portugal e no estrangeiro, que lembra que a crise “não é do destino Madeira mas de alguns mercados emissores de turismo para a região”.
“A Madeira, para o Inverno e Verão, não é dos destinos mais afectados pela crise apesar das baixas na ordem dos 10 a 15 por cento em mercados como o britânico que tem sido compensado por subidas do mercado escandinavo”, refere.
António Trindade notou também que “as características do destino Madeira, com segmentos etários e sócio-económicos diferentes dos de sol e praia, e a diversificação de mercados como o escandinavo – em alta este ano – permitem à Região enfrentar a situação em muito melhores condições do que os destinos ibéricos como a Espanha e o sul de Portugal”.
EC
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