Lisboa está em alta e os preços do mercado de arrendamento também. Um estudo da plataforma imobiliária Casafari feito a nível europeu a partir de 180 mil imóveis disponíveis online nas cidades de Lisboa, Paris, Milão, Madrid e Barcelona, apurou que é na capital portuguesa que os valores das rendas mais sobem.
Diz o Relatório do Mercado Residencial para o 4º trimestre de 2022, com comparação de valores entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022, que “Lisboa lidera as subidas das rendas com um aumento de +36,9%, atingindo um valor de renda médio de 21€/m2, o mesmo preço médio de Barcelona. Paris, a cidade mais cara para arrendar, mostrou o crescimento mais modesto das rendas com +4,5% quando comparado com o período homólogo. As restantes cidades tiveram aumentos sólidos de dois dígitos desde dezembro de 2021, variando de +11,6% em Madrid, e +19,3% em Milão”.
Em dezembro de2022, Paris liderava o preço médio de arrendamento por metro quadrado, com 41€/m2, seguido de Milão(23€/m2), Barcelona(21€/m2), Lisboa (21€/m2) e Madrid(17€/m2).
Em relação ao mercado de venda de casas, a análise a partir do que foi anunciado mostra que a variação mais acentuada ocorreu em Madrid, onde os preços subiram +8,1%, seguido de Lisboa com +7,1% e Barcelona com +6,6%. Apenas a cidade de Milão registou um crescimento modesto de +2,2%. Já em Paris, registou-se uma tendência oposta, com um decréscimo de -1,7%.
Em Dezembro de 2022, Lisboa apresentava preços médios de venda por metro quadrado de 4.947 euros, superiores a cidades como Madrid (4.009€/m2), Barcelona (4.208€/m2) e Milão (4.773€/m2). Paris mantém-se como a cidade mais cara com 4.947€/m2.
Também os rendimentos brutos de arrendamento (rentabilidade de uma propriedade num ano) estão a aumentar nas principais cidades do Sul da Europa. O crescimento médio dos preços de arrendamento ultrapassou o crescimento médio dos preços de venda, levando assim a rentabilidade bruta nos mercados observados a crescer em média 0.58 pp, em 2022. “Dado o contínuo crescimento das rendas e maior pressão sobre os preços de venda, há fortes razões para esperar que esta tendência continue em 2023, com o setor residencial a oferecer perfis de rentabilidade mais atraentes”, diz a Casafari.
Em dezembro do ano passado, Barcelona acumulou a maior percentagem de rentabilidade bruta com 5,9%. Milão atingiu 5,7%, Lisboa 5,2%, Madrid 5,0% e Paris 3,9%.
No que respeita a previsões para 2023 no arrendamento, o défice de oferta estrutural existente continuará a impulsionar o crescimento das rendas na maioria das principais cidades em 2023, afiança a plataforma no seu relatório. “Não se prevê que esta situação seja atenuada por outros fatores, tais como o custo crescente do financiamento e a redução dos preços das casas, o que encoraja ainda mais uma solução de arrendamento a longo prazo”, pode ler-se no estudo.
“Considerando o contexto macroeconómico na Europa, incluindo o provável aumento persistente da Euribor, esperamos que o setor de arrendamento residencial continue a ganhar quota de mercado, e a abrandar o crescimento nos mercados de venda residencial principalmente devido a taxas hipotecárias mais elevadas e à diminuição do poder de compra” concluiu Patricia Zaldivar, Especialista Sénior de Transações da Casafari Asset Management.
Já do lado da venda, espera-se que “os preços futuros das habitações estagnem ou caiam ligeiramente em 2023”. O grau de correção dos preços nos diferentes mercados de habitação dependerá dos padrões históricos de crescimento, da acessibilidade atual e da estrutura da oferta. “Volumes de transação mais baixos irão provavelmente precipitar a correção de preços uma vez que os vendedores são lentos a ajustar as expectativas e o mercado repõe o atraso de meses”, explica-se no estudo.
Apesar dos preços da habitação possivelmente mais baixos, prevê-se que a opção de arrendamento a longo prazo “continue a crescer como uma alternativa popular”, remata ainda o estudo da Casafari.