Airbus Defence and Space, Eutelsat, SES e Thales Alenia Space são alguns dos grandes nomes europeus que fazem parte do consórcio que quer construir uma constelação de satélites de baixa órbita capaz de rivalizar com a Starlink, projeto do multimilionário Elon Musk. Esta constelação pretende fornecer uma rede de comunicações segura para serviços estatais, incluindo fins militares.
Os planos da IRIS, de Infrastructure for Resilience, Interconnectivity and Security by Satellite, foram anunciados pelo comissário europeu Thierry Breton em novembro passado. A União Europeia tem reservados 2,4 mil milhões de euros para este projeto, aos quais se devem juntar fundos da Agência Espacial Europeia (ESA) e privados, noticia o ArsTechnica.
Além dos fabricantes de satélites, a parceria alarga-se também a operadores de telecomunicações como a Deutsche Telekom, a Orange ou a Telespazio para assegurar uma arquitetura eficiente e multi-órbita. Os responsáveis pretendem também atrair o ecossistema de startups para esta parceria, apesar de nesta fase figurarem apenas os pesos-pesados da indústria.
O custo total estimado da iniciativa está nos seis mil milhões de euros, com a intenção de haver cobertura global em 2027. Os prazos parecem demasiado ambiciosos, especialmente se se considerar que o foguetão Ariane 6, que deve ser o escolhido para colocar os satélites em órbita, arranca as suas operações só em 2024.
O anúncio poderá ter sido acelerado como forma de assegurar as intenções do ‘velho’ continente no que toca ao Espaço e como forma de cortar a dependência face à SpaceX e ao seu foguetão Falcon 9. A empresa de Musk, recorde-se, arrancou dois voos de teste de satélites em 2018 e demorou quatro anos até começar a cobertura global da Starlink, beneficiando de haver pouca burocracia associada e com as grandes decisões a dependerem apenas do empresário. No esforço europeu, o nível de cooperação e cedências será maior, pelo que a linha temporal pode vir a ser maior.