A SpaceX, empresa liderada por Elon Musk, já tem mais de 3500 satélites a operar em órbita terrestre baixa (LEO no acrónimo em inglês) e serve dezenas de milhares de clientes, com planos para adicionar muitos mais satélites a esta plataforma nos próximos anos. A China não quer ficar para trás na indústria da internet fornecida por satélites e já encarregou a CASIC (de China Aerospace Science and Industry Corp) do lançamento da primeira constelação para um novo sistema de internet ‘espacial’ já em setembro deste ano. Ainda não é claro quantos satélites vão ser lançados nesta primeira vaga.
Os satélites LEO são mais baratos de manter e mais eficientes nas transmissões de sinais do que os satélites colocados a altitudes mais elevadas. O conceito abarca todas as altitudes inferiores a mil quilómetros, mas os planos da CASIC estão a apontar para muito baixas órbitas, com alturas entre os 150 e os 300 quilómetros. Os aviões comerciais, para se ter uma comparação, voam a até 14 quilómetros de altitude.
A iniciativa da China em conseguir ter um rival da norte-americana SpaceX (e da também norte americana Amazon, que está a desenvolver um projeto semelhante apelidado de Kuiper) cumpre os preceitos indicados pelo presidente Xi Jinping que, entre as tensões com Washington, deu instruções para que a China construa soluções tecnológicas que lhe permitam cortar a dependência do exterior em todos os domínios, lembra a Reuters.
Apesar de várias organizações chinesas já terem experimentado com este tipo de satélites, os números totais não devem passar a ordem das centenas de equipamentos em órbita. A previsão é de que a China consiga ter quatro mil satélites para fornecimento de internet em órbita em 2027.