Gwynne Shotwell, responsável operacional da SpaceX, referiu numa conferência de imprensa que a SpaceX nunca quis disponibilizar a rede Starlink para ser usada “para fins ofensivos”. A empresa explica assim a razão pela qual os militares ucranianos deixaram de poder controlar os seus drones através da rede de comunicações Starlink. Ontem, o conselheiro Mykhailo Podolyak acusou a SpaceX de estar a falhar no reconhecimento do direito de defesa da Ucrânia, afirmando que as empresas têm de escolher se querem estar “no lado correto do direito à liberdade” ou “no lado da Federação Russa e o seu ‘direito’ a matar e apropriar-se de territórios”.
As forças ucranianas têm recorrido à rede por satélite da Starlink para controlar os seus enxames de drones, críticos para monitorizar a concentração e movimentação das tropas russas. Os militares tornaram-se rapidamente dependentes desta rede de telecomunicações, uma vez que as redes próprias do país foram devastadas pelos ataques russos.
Shotwell descreve que a rede da Starlink nunca foi disponibilizada com o objetivo de ser usada como arma. No entanto, sabe-se que os militares de Kiev a têm usado para pilotar drones há meses. A responsável cita que a SpaceX tem medidas para restringir este tipo de uso, embora não seja claro quais são e se Kiev conseguirá contorná-las.