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O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC) foi escolhido para atuar como conselheiro da nova direção do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) no que toca à manutenção e gestão do Citius e à evolução que a plataforma informática dos tribunais portugueses poderá vir a registar nos tempos mais próximos.
O recurso ao INESC foi hoje confirmado pela ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz na Assembleia da República.
José Tribolet, presidente do INESC, compara a função do instituto especializado em tecnologias com as funções do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) quando é necessário proceder à intervenção num edifício ou numa infraestrutura viária. «É a primeira vez que um governo recorre a um instituto como o INESC na área da informática», diz quando questionado pela Exame Informática.
O INESC vai começar por produzir a «fotografia do Citius», que permitirá descrever o estado em que se encontra a plataforma da Justiça. A esta «fotografia» junta-se uma missão mais complexa: «Temos um cenário para três meses, em que já elencámos as coisas que é necessário fazer para que o sistema não volte a parar. Trata-se de algo que pode acontecer, é uma hipótese que não podemos afastar. Também tempos um cenário em que identificamos as coisas que queremos fazer dentro de nove meses a um ano; e temos por fim, a missão de garantir que o sistema está em funcionamento nos próximos três anos», explica o líder do INESC, frisando que o Citius tem problemas de fundo que não se resolvem «com o lançamento de concursos e a compra de software».
A par da manutenção do Citius, o INESC deverá ainda ter uma palavra a dizer na definição da arquitetura da plataforma da justiça que estará em funcionamento dentro de três anos.