A FinalSpark, uma empresa suíça de tecnologia, lançou um programa que permite a equipas de investigadores terem acesso, via cloud, a biocomputadores feitos a partir de células do cérebro humano. O acesso custa 500 dólares por mês (cerca de 450 euros ao câmbio atual) e, segundo a empresa, cada máquina tem uma duração máxima de até 100 dias. Findo esse prazo, os sistemas de IA que estiverem a ser treinados devem ser transferidos para novos biocomputadores.
Nesta fase, a empresa suíça conta com 34 pedidos feitos por universidades para aceder a estas máquinas, mas a FinalSpark adianta que, por agora, só nove organizações o podem fazer. A Universidade do Michigan, nos EUA, é uma das contempladas e vai poder investigar as reações a estímulos químicos e elétricos, bem como a forma como estas podem alterar a atividade dos organoides.
O método de treino destes biocomputadores é complexo e passa por dois modelos: um de recompensas positivas via dopamina e outra de estimulação elétrica pela negativa. Ao serem submetidos a este método, os organoides formam novos caminhos, tal como acontece com o cérebro humano, explica a Interesting Engineering.
A FinalSpark já ganhou reputação neste segmento ao ter lançado a Neuroplatform, uma plataforma especializada em bioprocessamento e que consegue usar cerca de 16 destes organoides para processamento de informação, um número assumidamente baixo.
Agora, a empresa suíça pretende que as máquinas sejam alugadas pelas instituições de investigação para explorarem novas formas de treino de algoritmos de Inteligência Artificial e quer aumentar a capacidade para produzir entre dois mil e três mil biocomputadores.