Por definição, um dia na Terra corresponde ao tempo que o planeta demora a completar uma rotação sobre si próprio. Esse tempo está convencionado nas 24 horas ou 86.400 segundos, mas há pequenas variações na ordem dos milissegundos que são imprevisíveis e que até agora os cientistas não eram capazes de medir com exatidão.
Ulrich Schreiber, professor na Universidade Técnica de Munique (TUM), revela que “as flutuações na rotação não são importantes apenas para a astronomia, mas precisamos de as saber também para poder criar modelos climatéricos precisos para melhor perceber fenómenos como o El Niño”. O investigador usa um anel giroscópio a laser numa espécie de pista de quatro metros, dentro de uma câmara pressurizada no Observatório Geodésico Wettzell, na Alemanha, para fazer as medições com precisão, conta o Space.com.
A localização a seis metros de profundidade permite isolar este sistema dos fatores ambientais que afetam o tempo e concentrá-lo apenas nas variações à rotação da Terra. Lá dentro, correm dois feixes de laser em direções opostas (um no sentido dos ponteiros do relógio e outro no sentido inverso). Se a Terra estiver perfeitamente equilibrada, os dois feixes demoram o mesmo tempo a percorrer a distância. Se houver variações, um vai cobrir menos distância que o outro.
A diferença do tempo dos lasers foi calculada e Schreiber e os colegas revelam que a rotação do planeta flutua cerca de seis milissegundos em períodos que podem ir até uma semana. A equipa vai continuar a trabalhar para melhorar a precisão das medições.