Uma equipa de investigadores da Universidade de Queensland, na Austrália, liderada por Joshua Foo, desenvolveu um estudo matemático, com base em modelos computacionais, e simulou a presença de uma partícula quântica ao lado de um buraco negro gigante. Nessa experiência, o buraco negro mostrava sinais de sobreposição quântica, que descreve a possibilidade de poder ter vários estados em simultâneo, neste caso, ter massa e não ter massa de todo.
Foo explica que a equipa quis “saber se [os buracos negros] podiam ter massas verdadeiramente diferentes ao mesmo tempo, e acontece que sim, podem ter. (…) Até agora, não investigamos aprofundadamente se os buracos negros apresentam alguns dos estranhos e espantosos comportamentos da física quântica”, cita a publicação Space.com.
O exemplo mais conhecido do paradoxo da sobreposição quântica foi elaborado por Erwin Schrödinger, no início do século XX, e que descreve a existência das partículas subatómicas em vários estados em simultâneo até interagirem com o mundo externo. Essa interação pode ser a simples medição ou observação das partículas, que faz com que a partícula ‘caia’ para um dos estados possíveis. No exemplo popularizado pelo físico teórico, conhecido como o Gato de Schrödinger, um gato que está dentro de uma caixa juntamente com um objeto letal está ao mesmo tempo morto e vivo – quando se abre a caixa (observação), o nosso ato faz as partículas quânticas assumirem um dos dois estados possíveis (morto/vivo), sendo que até não haver observação, o gato ‘existe’ nos dois estados em simultâneo.
Jacob Bekenstein, um físico teórico, foi o primeiro a postular as propriedades quânticas dos buracos negros. Magdalena Zych, coautora do estudo de Foo, afirma que “a nossa modelação mostra que as massas em sobreposição são, de facto, de algumas bandas ou rácios, como avançado por Bekenstein (…) não assumimos qualquer padrão quando começamos, por isso o facto de termos encontrado estas evidências foi bastante surpreendente”.
O estudo coloca ainda mais dúvidas e teorias à comunidade de estudiosos destes temas e reforça a convicção de que o ‘mundo’ dos buracos negros é bastante fascinante.