A sonda Hayabusa apontou mira ao asteroide 25143 Itokawa e conseguiu regressar com amostras deste corpo celeste, composto essencialmente por fragmentos produzidos por colisões entre outros asteroides. Este tipo de asteroides pode ter sido fragmentado e reconfigurado novamente várias vezes nos últimos anos e parece ser composto por porções de vários outros corpos.
Agora, investigadores de uma equipa internacional avaliaram a amostra e concluem que a maior parte da camada exterior foi transformada ao estar sujeita a radiação de elevada energia e apresentava níveis elevados de iões de água, cimentando a teoria de que a água foi produzida pela interação entre protões nos ventos solares e os materiais ricos em silicato da própria rocha.
A extrapolação dos cálculos permite aos investigadores dizer que o Itokawa tem cerca de 20 litros de água em cada metro cúbico de rególito poeirento. Esta proporção elevada é possível porque todo o pó do asteroide esteve em circulação pelo espaço e, mesmo que esteja atualmente enterrado, já terá estado exposto aos ventos solares no passado.
Uma exploração mais prolongada do Sistema Solar deverá permitir corroborar as conclusões destes investigadores que apontam no sentido de que existam muitos mais destes asteroides, com água a ‘vaguear’ pelo Espaço, noticia o ArsTechnica.
O estudo parece reforçar a tese de que a maior parte da água presente na Terra atualmente deverá ter chegado com a colisão que fragmentou uma proto-Terra e produziu a Lua. Com o tempo, pequenos corpos foram caindo na Terra e trazido a água que criou os nossos oceanos. A equipa de cientistas aponta que, atualmente, há cerca de 30 mil toneladas de grãos de pó a cair do espaço para a Terra todos os anos e estas partículas estiveram expostas a ventos solares, tendo a maior concentração de água por massa. Apesar de não ser muito volume, se multiplicarmos por milhares de milhões de anos da Terra, o resultado começa a ser expressivo.