“Esta é a primeira vista de uma supernova tão cedo no Universo” – é assim que a NASA descreve o testemunho feito pelo Telescópio Hubble sobre uma supernova com 11 mil milhões de anos. Sabendo-se que o nosso universo tem cerca de 13,8 mil milhões de anos, é fácil perceber que estes acontecimentos tiveram origem num passado longínquo.
Um fenómeno ótico permitiu ao Hubble captar esta supernova em três momentos, numa única observação. O ‘gravitational lensing’ acontece quando uma grande quantidade de massa, por exemplo, um campo de galáxias, cria um efeito que distorce e amplia a luz de galáxias distantes que estejam ‘por trás’ na mesma linha de visão, como se estivessem a ser vistas através de uma lupa. No caso em concreto da supernova, um grupo de galáxias chamado Abell 370 atuou como lupa e permitiu aos investigadores ver a evolução da supernova em múltiplos dias, noticia a Cnet.
Wenlei Chen, a autora do primeiro estudo sobre esta descoberta, afirma que “é muito raro que uma supernova seja detetada numa fase tão inicial, porque essa fase é muito curta”. As imagens do Hubble mostram a supernova no dia zero, dia dois e oitavo dia. Nos primeiros dias tem um tom azulado (temperaturas mais quentes) e passa para cores mais avermelhadas depois.
Uma equipa de astrónomos analisou a supernova e estima que esta seja 500 vezes maior do que o nosso Sol.
A descoberta só foi possível ao aprofundar as investigações ao rico acervo de dados que o Hubble tem vindo a fornecer nos últimos 30 anos.