2021 um ano particularmente desafiante.
Já todos contávamos com isso, sobretudo depois do que aconteceu no passado recente, mas, ainda assim, parece reunir uma série de circunstâncias que o tornam no momento certo para avaliar e assumir compromissos para o que aí vem. Este é o Ano Internacional da Economia Criativa para o Desenvolvimento Sustentável, decretado pelas Nações Unidas, o ano do desenvolvimento do New European Bauhaus pela Comunidade Europeia, mas também o ano da pandemia (mais um!), de um desconfinamento vagaroso, de emoções díspares e de uma das maiores crises que já assolaram o setor cultural.
Bem sei que, nos últimos tempos, não nos faltam razões para nos preocuparmos e algumas são tão graves que parecem quase incapacitantes. Muitos de nós enquadram a cultura no topo dessas inquietações, pelo tanto que depende do público, da presença do mesmo e do seu poder de compra, mas se há algo que ninguém pode contestar é o papel de enorme importância que a cultura assume no desenvolvimento económico e social do País. Assim sendo, como é que nós, empresários, podemos ajudar? A indiferença não pode reinar! Como provocamos os nossos empresários?
A resposta não podia ser mais clara: com toda a nossa criatividade, empenho e sentido de missão. Mesmo nos dias que correm, e apesar do muito que isso nos prejudica enquanto sociedade em permanente evolução, continua a ser uma espécie de dilema paradigmático utilizar “cultura” e “negócio” na mesma frase. No entanto, também quero acreditar que estamos hoje mais informados, mais capazes e, acima de tudo, muito mais esclarecidos relativamente a este tipo de mitos, e que a solução estará em pensar a cultura “fora da cultura”. Deste modo, assumimos uma postura muito mais arrojada, destinada a quebrar barreiras e a pensar de forma diferente, para tirar partido do imenso potencial dos nossos artistas e apelar ao know-how empresarial.
Mesmo nos dias que correm, e apesar do muito que isso nos prejudica enquanto sociedade em permanente evolução, continua a ser uma espécie de dilema paradigmático utilizar “cultura” e “negócio” na mesma frase.
Dotar o setor cultural de boas práticas de gestão financeira será o melhor de dois mundos. Fusão essa que terá tudo para resultar, pela qualidade humana e capacidade de trabalho com provas dadas que temos no nosso País. De um lado, os agentes económicos, para maximizar a rentabilidade e o carácter inovador do universo cultural, do outro, os próprios agentes culturais, para otimizar a atividade sem nunca perder os valores e a dimensão autêntica que a tornam relevante.
Desde sempre que os artistas anunciam o futuro, por mais obscuro e incerto que seja o presente. Hoje, mais do que nunca, torna-se fundamental trazer a cultura para o nível dos outros planos económicos, com uma boa dose de energia, de ambição, de vontade de procurar outras perspetivas e de agregar o que ela tem de mais extraordinário, para atrair exatamente o que a vai fazer subsistir e prosperar.
A par de tudo o que 2021 nos tem trazido, este é, sem sombra de dúvida, um ângulo a ter em conta e uma fase de transição que torna ainda mais urgente a implementação de novas ideias e filosofias de negócio. Um caminho para uma realidade muito mais sorridente no âmbito cultural. Um desafio ambicioso, que nos vai unir a todos.